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terça-feira, 1 de março de 2011

Karl-Theodor zu Guttenberg

Karl-Theodor zu Guttenberg demitiu-se hoje do seu cargo de Ministro da Defesa alemão. Há duas semanas, o Süddeutsche Zeitung e o Der Spiegel informavam de fortes indícios de que o político plagiara a sua tese de doutoramento. O barão admitiu erros graves na elaboração da tese, a pressão sobre ele e a própria chanceler alemã, Angela Merkel, tornou-se insuportável.

A polémica em torno de zu Guttenberg dividiu a opinião pública alemã. Uns viam a credibilidade da classe política em perigo, caso o ministro continuasse no poder. A maioria segundo sondagens, porém, pronunciava-se a favor do aristocrata bávaro, considerado um “Dom Sebastião” da política alemã e potencial sucessor a Merkel. As reformas, iniciadas no campo da Defesa, e atributos pessoais, tais como o dinamismo e a eloquência, conferiram a zu Guttenberg um enorme grau de popularidade.


Zu Guttenberg e sua esposa, Stephanie von Bismarck, durante uma visita a tropas alemãs no Afeganistão

2 comentários:

LUIS BARATA disse...

Quando ele renunciou ao título de "Doutor", tacitamente admitindo o plágio a meu ver, pensei que talvez a questão ficasse resolvida dado o favor de que gozava em certos círculos. Afinal não, e quanto a mim ainda bem.

hmj disse...

Relativamente ao assunto em epígrafe, e sem querer entrar em maioria de sondagens, que desconheço, convém lembrar que Karl-Theodor zu Guttenberg já ganhou o título de "barão da mentira" num destaque do jornal "DIE ZEIT". Para além do seu discurso inicial, acaso pouco eloquente e, quiçá patético, o referido jornal classifica-o, e bem, como um ser humano que nem é decente, nem honesto.
Aliado a uma outra notícia, ainda mais preocupante, i.e., o facto de 7,5 milhões de alemães serem analfabetos, registei, também, a reacção da respectiva ministra que, perante a desgraça, assumia que iria reagir ...
Ora, pergunta-se, pois, em que bases de moralidade assenta a sobranceria intolerável de uma Angela Merkel, a roçar velhos fantasmas de guia espiritual da Europa, em versão "soft", quando os casos acima mencionados desmentem qualquer superioridade ética, social e moral.