Prosimetron

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domingo, 26 de junho de 2011

Boa noite!



Poema de Rosalía de Castro (1837-1885), música de José Niza.

A ROSALIA CASTRO

Não sei como foi a sua vida
nem da morte que teve.
Sei os versos e basta-me.
É sua a voz, e Amor com ela,
que divididos nunca andaram:
um povo que se desterra
porque a fome o ordena,
mas deixa atrás a alma
e os olhos mais ela
(tão rasos d'água e
tão dali que enraizam
e em cada primavera
de saudades florescem,
roxas flores da mágoa
irmãs das que o mar leva,
de letras e sinais,
nas cartas de quem ficou).

Sei só os versos e basta-me.
E que é mentira que morresse.

Pedro da Silveira


DEZ OU DOZE VERSOS PARA ROSALIA

xxEsta névoa
como no poema de Blake
sobre a terra molhada.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxTerra
que proonga a minha,
onde a pobreza trabalha
cada leira, cada palavra.

E a melancolia
rói e remói
os ossos, a pedra.

Terra de Rosalia.

1985

Eugénio de Andrade

Talvez o nosso viajante na Galiza passe por Padrón...
http://www.rosaliadecastro.org/

3 comentários:

hmj disse...

De HMJ para o viajante na Galiza:
encontros com Odriozola (!)

APS disse...

Belíssimo poste!
No resto, sou mais prosaico do que HMJ: bons encontros com os pimentinhos de Padrón!

MR disse...

:-)