Prosimetron

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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Lá fora - 183


A exposição de que se fala em Paris, apesar de elas serem sempre tantas e boas, e fala-se porque a nudez masculina ainda é assunto incómodo para muitos. Está patente até 2 de Janeiro, no Museu d' Orsay, esta retrospectiva sobre duzentos anos de representação masculina, das esculturas de Rodin ou Bourdelle às telas de Moreau, Bacon ou Hockney, as fotografias de Mapplethorpe, Pierre et Gilles ou La Chapelle, sem esquecer os desenhos de Cocteau, Schiele ou Warhol.
E há um catálogo ( ed.Musée d'Orsay/ Flammarion ), com textos do sempre brilhante Charles Dantzig.

Masculin/Masculin. L' homme nu dans l'art de 1800 à nos jours.

www.musee-orsay.fr

2 comentários:

João Mattos e Silva disse...

É curioso este fenómeno de se esconder, na arte pictórica (mais) e escultórica (menos), como no cinema ou na fotografia, o nu masculino. Acho eu que é porque a preponderância de quem faz pintura ou escultura, ou fotografia ou cinema, está nos homens. Que por alguma razão que intuo mas na verdade desconheço, acha natural o nu feminino e preserva o corpo masculino. Isto, sobretudo a partir do séc. XVIII e até aos dias de hoje, porque na antiguidade e no Renascimento o nu masculino era mais comum. Já repararam que, por exemplo no cinema, é comum ver-se o nu integral das mulheres mas raríssimo o nu integral masculino? Alguém arrisca uma explicação?

Aguiavoadora disse...

A cultura do falo tem grande marca nisto.Se por um lado o homem acha-se poderoso pela particularidade da distinção física em relação as mulheres, que os desejam tanto; por outro não aprenderam a gostar de manifestar isto.Escondem."Talvez por medo de perder de forma acidental ou um ataque de histeria e tal". Mas, sem brincadeiras, tudo ocorreu por questões moralistas.As mulheres são até hoje, de certa forma consideradas crianças e, como tais, não se preocupam em tirar a roupa na frente dos outros. Mas, para ambas categorias mostrar o corpo desnudo ainda é assunto de grande censura.Adeus.