Prosimetron

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segunda-feira, 18 de abril de 2016

Citações



(...) Há dias, entrei no nosso banco do Estado e deparo-me com uns cartazes gigantes, impossíveis de não serem vistos, à entrada e saída da agência, em que se prometia empréstimos de 1500 euros, a seis meses . Parei e li. Percebi que era para ser usado por quem já está muito aflito, provavelmente com os cartões de crédito esgotados e, por isso, disposto a tudo. Fiquei chocado com as condições. Num momento em que a Euribor está próxima de zero, em que há marcas de automóveis que os vendem a prestações, com juros a dois ou três por cento, o banco " de todos  nós ", a quem, quase de certeza, ainda vamos ter de emprestar dinheiro, para sobreviver, empresta dinheiro a 18% ... 
Dirão, mas o que é que um psiquiatra tem a ver com isto ? Como cidadão tenho tudo a ver, mas como psiquiatra também. Alguém acha que aproveitar-se de pessoas em estado de pânico financeiro pode contribuir para a sua saúde mental ? Eu sei que os bancos não são instituições de caridade, aliás alguns são mesmo instituições de delinquentes, mas o " nosso banco ", que muitos querem, e bem, manter público, devia ter alguma decência na forma como atrai as pessoas para buracos de onde é difícil sair. Saí dali enojado e a sentir-me a fazer parte de um grupo a que dei o nome de " Somos todos agiotas " .

- José Gameiro, no Expresso .


Não é só a CGD como sabemos, mas é realmente uma vergonha as taxas cobradas actualmente por créditos pessoais quando todos sabemos também que os bancos se financiam a custo zero !

1 comentário:

Miss Tolstoi disse...

Li este artigo no jornal e exprime o que eu também penso desta sem vergonhice dos bancos a quererem viver à conta dos desgraçados. Parece que não aprenderam nada.