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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Leituras no Metro - 962

Lisboa: Cinemateca Portuguesa, 2017

Falecido em 2017, Manuel Pina, crítico e dirigente cineclubista, acompanhou todo o movimento de cineclubes desde o início dos anos 50. Quando faleceu, a família entregou à Cinemateca este livro que estava pronto, no qual Manuel Pina reflete sobre a história, a natureza e o impacto dos cineclubes num período especialmente relevante da sua história.
Manuel Pina nasceu em Lourenço Marques e veio para Lisboa estudar Físico-Químicas na Faculdade de Ciências. Em 1951 integrou o núcleo fundador do Cineclube Universitário - já existia o cineclube ABC. Pouco depois, iniciou a sua colaboração com a revista Imagem, de Baptista Rosa e José Ernesto de Sousa, e, em sequência, com o Cineclube Imagem – o terceiro dos cineclubes que arrancaram em Lisboa nos primeiros anos da década de 1950. Em 1986 foi eleito Presidente da Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Cineclubes, cargo que ocupou até 1994.
Um livro interessante, principalmente por ser uma primeira história dos cineclubes, com especial incidência nos da capital, mas não só.


«A primeira sessão oficial do Cineclube Universitário realizou-se no dia 28 de março de 1952, no Cinema Capitólio […] com a curta metragem de Roger Leenhardt, Naissance du Cinéma, e o filme Hotel du Nord (Hotel do Norte), 1938, de Marcel Carné» […]. «O texto do Programa, coordenado por Furtado Borges, fazia uma análise detalhada dos aspetos cinematográficos do file, procurando mostrar a sua relevância nas leituras do filme e contribuindo para o aprofundamento do prazer estético do espectador. «Aliás, este tipo de programas (os da fase inicial do Cineclube Universitário de Lisboa, e os do Cineclube de Coimbra, coordenados por Júlio Sacadura, são ainda hoje exemplares) refletem a essência do cineclubismo: criados por gente que tinha a paixão do cinema, os cineclubes empenhavam-se em levar aos outros a possibilidade de também eles usufruírem de um prazer que, de outro modo, poderia permanecer-lhes inacessível.» (p. 24-25)

3 comentários:

APS disse...

Creio que, com Roberto Nobre, é um dos nomes a reter sobre o cinema em Portugal.
E os cine-clubes um dos factores formativos mais importantes de muitas gerações, que foram sendo esclarecidas quer do ponto de vista estético, quer político.
Bom dia!

bea disse...

Não sei onde é que eu andava no tempo dos cine clubes. Mas lembro-me de ter visto o anjo azul na faculdade de direito. Pode ter sido a minha experiência de cineclube universitário, mas só dei pelo filme.

MR disse...

Fui a poucas sessões de cineclubes. Fui uma grande frequentadora das sessões clássicas do Estúdio (do Império) e do Monumental. Às vezes ia ao Universal (que ainda se chamou Cinema Universitário) que também passava uns filmes 'fora do baralho'.
Não sei como vamos de cineclubes por esse país, mas em Lisboa a Cinemateca faz hoje um pouco esse papel.
Bom sábado para os dois.