Prosimetron

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

A laranjeira



De novo a laranjeira – olhai! – traz ante nós os frutos,
quais lágrimas vertidas
nos tormentos do amor
e de vermelho coloridas

Nos ramos de topázio
vede como as rútilas esferas
em ágata moldadas ficam expostas às suaves mãos do zéfiro
que têm martelinhos para uma a uma as percutir

E nós
ora as beijamos
ora nelas os aromas aspiramos
e assim elas aprecem faces de donzela ou perfumados pomos

Abensara de Santarém 
Trad. de Ruy Belo
In: Rui Belo – Obra poética. 2.ª ed. Lisboa: Presença, 1984, vol. 1, p. 100

2 comentários:

bea disse...

bonito poema à laranjeira e linda foto.

MR disse...

:-)