«O que mais surpreendeu e tocou quem a ouviu foi o facto de ele ter dito o que a esquerda portuguesa [...] não tinha a coragem de dizer. Cabral exaltou os descobrimentos portugueses e afirmou: "Não é mentira, não, os portugueses deram de factos novos mundos ao Mundo e aproximaram povos e continentes." E sublinhou que o fascismo e o colonialismo estavam a desunir o que a História tinha aproximado. Citou versos de Camões e contou que celebravam algumas datas históricas portuguesas, entre elas o 5 de Outubro de 1910. Foi uma entrevista muito inteligente, que procurou quebrar tabus e sublinhar que, para ele, o principal aliado no combate pela independência era o Povo português e a sua luta pela liberdade.»
Manuel Alegre - Memórias minhas. Alfragide: Dom Quixote, 2024, p. 181-182.

4 comentários:
Homenagem interessante .
Bom dia!
A primeira geração dos chefes dos movimentos de libertação das colónias era toda ela (Mondlane, Cabral...) isenta de pensamento e esclarecida.
Bom fim-de-semana.
Que beleza deve ser esse livro de memórias de Manuel Alegre o de voz profunda e profundamente poética.
Concordo com o que diz, APS. E preparados.
Gostei do livro do Manuel Alegre.
Bom fim de semana para os três.
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