«Com a descoberta de um arquivo pouco visto e a sua análise caracteristicamente cinematográfica, Mark Cousins narra a ascensão do fascismo na Itália e as suas consequências na Europa dos anos 30. Tanto filme ensaio quanto documentário histórico, Cousins contextualiza a história através do agora, segurando um espelho para uma paisagem política preenchida por uma extrema-direita rastejante e a manipulação dos media.» (Sinopse). Passou ontem à noite na RTP2, mas eu vou vê-lo hoje.
3 comentários:
Vou abrir uma excepção e espreitar o televisor:).
Obrigada pela sugestão (grazie tante).
Um bom doc. Espero que tenha valido a pena abrir o televisor.
Bom dia!
Grato(s) pela oportuna sugestão televisiva ["Marcha Sobre Roma", um filme de Mark COUSINS, a recuperar (ou "puxar atrás"), na RTP/2], aproveito a ocasião para recordar, a propósito, um outro excelente contributo cinematográfico para a compreensão do "triunfo da vontade" do terror Fascista, na Itália de Benito MUSSOLINI.
Seis décadas antes da película de COUSINS, em 1962, Dino RISI, um dos mais significativos realizadores da "commedia all'italiana" (recorde-se, por exemplo, uma das suas obras-primas, "Una Vita Difficile", de 1961), dirigiu uma memorável comédia satírica "La Marcia Su Roma" ("A Marcha Sobre Roma", trad. literal), que confirma, uma vez mais, a veia inspirada do autor.
Quando, 40 anos passados sobre a tomada do poder (1922) pelo persuasivo (melhor dizendo, manipulador) e violento Partido Nacional Fascista, Dino RISI filmou "A Marcha Sobre Roma", onde Vittorio GASSMAN e Ugo TOGNAZZI brilham nos principais papéis, o Cinema Italiano vivia de um enorme prestígio, ao qual não foi indiferente a influência decisiva da estética neo-realista [cf., entre outras fontes, o volume referencial de Maurizio ZINNI, "FASCISTI DI CELLULOIDE: La Memoria del Ventennio Fascista nel Cinema Italiano (1945-2000)", Veneza, ed. Marsilio, 2010].
Importa, contudo, reconhecer que, pelo facto de a obra apresentar "cenas" tragicómicas algo perturbantes para a sensibilidade de muitos espectadores, talvez surpreendidos com o tema do Fascismo Mussoliniano, a comédia picaresca de RISI jamais constitui motivo para não ser (re)apreciada, em diversas Cinematecas da Europa...
Razão tinha Alain RESNAIS, quando concluiu, com estas (e outras) palavras, o seu "arrepiante" legado fílmico, em torno de uma temática posterior, o terrível HOLOCAUSTO Nazi-Fascista, intitulado "Nuit et Brouillard" ("Noite e Nevoeiro"): "(...) Fingimos acreditar que tudo isto é coisa de um só tempo e de um só país, e não pensamos em olhar à nossa volta e não ouvimos que se grita sem fim"...
Segundo o próprio pensamento, sempre actual, de um conhecido (e insuspeito) "reformista", SANTAYANA: "Aquele que esquece as lições do passado [histórico] está condenado a vê-lo repetir-se"!!!...
Um bom fim-de-semana "cinéfilo"!
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