Prosimetron

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sábado, 8 de novembro de 2008

Psiche, novo álbum de Paolo Conte


Conte ainda conta
É o regresso de uma das grandes figuras da música italiana (descontando Verdi, Monterverdi & C.ª, enfim mais vale dizer do século XX). Paolo Conte é um veterano do jazz pop à italiana, num estilo quente e profundo, enamorável. Marcou gerações. E em Psiche mostra que mantém algum do seu fulgor, que nada tem a ver com a jovialidade de uma voz, antes com a ponderação das palavras num contexto musical jazzístico (sempre foi essa a sua arte). Todas estas músicas criam uma intimidade cortante, mas nada primária, entre sussurros de voz e de outros instrumentos sabiamente doseados. É em italiano que Conte mais conta. A musicalidade da língua faz com que seja quase dispensável o canto, resultando bem assim o seu estilo. Mas funcionam bem os temas interpretados em francês e em inglês. E Paolo Conte parece apenas ter ganho sabedoria com a idade. Nada de importante se perdeu. E a maturidade faz de Psiche um grande disco, com óptimas soluções, que vão desde coros à Brodway, em Silver Fox, a um impressionante e contrastante dueto com Emma Shaplin, em Coup de Théâtre.
Manuel Halpern (JL, Lisboa, 5 Nov. 2008, p. 34)

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