Prosimetron

Prosimetron

domingo, 2 de maio de 2010

Às nossas mães

Ás MR e Ana e às mães dos nossos companheiros de blogue e dos nossos leitores, que não morrem nunca, um "bouquet de Liz" e um poema
Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade
in 'Lição de Coisas'

3 comentários:

ana disse...

João Mattos e Silva,
Muito obrigada pela gentileza e são muito bonitos o poema e o "bouquet de Liz".
"Para Sempre" a todas as mães. :)

MR disse...

Muito obrigada, JMS, pelo bouquet (lindo) e pelo poema do Drumond de Andrade, que adoro.

Margarida Elias disse...

Muito bonito o poema.