Prosimetron

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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Leituras no Metro - 16


Monumento a Eduardo Coelho. Busto da autoria de Costa Mota.
Lisboa, Jardim de S. Pedro de Alcântara.

ANTES QUE CASES
Da casa dirigir tudo,
Suprimir teus doces ócios,
Fazer, na prática, o estudo
P’ra combater os divórcios.
Tens de ser esposa honesta,
No santuário escondida,
Cuja ausência ao mundo atesta
Que só na ventura lida
Do lar, cândida e modesta.
As luvas com que te orgulhas
Hás-de pô-las menos vezes,
Mexer em telas e agulhas,
Fazer róis todos os meses,
E chamuscar-te às fagulhas.
Ver os arranjos da mesa,
Passar tudo sob os olhos,
E evitar com firmeza
Do desacordo os escolhos
Da receita com a despesa.
Podem dar tal prejuízo
O deficit do juízo,
Que em vez de ser paraíso
Seja a vida inferno inteiro.
1877

Eduardo Coelho (1835-1889)
Rep. in: Mário de Campos Vidal – Angelina Vidal. Parede: Tribuna da História, 2010, p. 27-28

4 comentários:

Miss Tolstoi disse...

Lindo jardim.

Jad disse...

Miss Tolstoi, por acaso pode confirmar, quando for para casa, qual é o nome oficial deste jardim? Obrigado.

Miss Tolstoi disse...

António Nobre.
Por acaso, no outro dia, reparei numa placa que assinala isso. Pensava que o jardim se chamava Eduardo Coelho.
Estranhos os vários nomes que os jardins têm em Lisboa: são conhecidos por um nome, têm estátuas ou bustos de certas pessoas e toponímia completamente diversa. Enfim...

Miss Tolstoi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.