Prosimetron

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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Alberto de Lacerda:

Retrato de Albert Lacerda, 1971, Arpad Szenes



Boston, [Janeiro] de 1996
A primeira música que toquei hoje durante o dia foi a Flauta Mágica de Mozart, maravilha a que nunca me habituo. É sempre a primeira vez.
Diário: Até ao fim dos meus dias (excertos publicados no JL (Jornal de Letras), n.º 1067.

Foi em Boston, em Outubro 1980, que conheci Alberto de Lacerda. Nesse dia, pela primeira vez brinquei com um esquilo nos jardins da cidade. Ele, e não só, estava ao lado. Descobri neste recorte de jornal que também gostava de esquilos. Não me lembro se o disse nesse dia.

Lisboa, 4 de Junho de 1993
Jantei com o Cesariny. [...] Descobriu-se que tal como eu gosta imenso de esquilos [...].

Realmente o Mundo é feito de pequenos nadas.

O verde é muito verde
A luz mais clara
Do que nunca
As recordações são do tamanho
Do coração transbordante

O calor é Apolo
perpendicular à terra

Os pássaros 
  os esquilos
Atravessam a imaginação numa diagonal sem fim

Alberto de Lacerda
Austin, 15 de maio 75

    2 comentários:

    ana disse...

    As recordações são sempre doces quando a beleza está próxima, como é o caso.
    O poema e o desenho exortam à beleza.
    A Flauta Mágica é a minha ópera preferida mesmo ainda não totalmente descodificada, porque há sempre algo a descobrir.

    MR disse...

    E o Alberto de Lacerda vai aqui voltar em breve.
    Os excertos dos diários do escritor, publicados no JL, são todos muito apetecíveis de transcrever.
    Também estive para escolher estes bocadinhos.