Prosimetron

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sábado, 10 de dezembro de 2011

"Resposta"



LIVRO PRIMEIRO


Resposta

Algo mais elementar que o espaço e o tempo,
e a escuridão luminosa do Areopagita,
uma hipótese ilegível, antes do pensamento,
uma sílaba só de uma palavra não dita,

sem sentido e sem finalidade, apenas uma ocasião,
como um olho único e cego que vê
do fundo da sepultura da razão,
vaste comme la nuit et comme la clarté.
Um sonho
de uma sombra de quê?


Manuel António Pina, Os Livros, Lisboa:Assírio & Alvim, 2003, p.13.

2 comentários:

Cláudia Ribeiro disse...

Poema bonito e interessante.

A imagem, a combinar, transporta-nos e deixa-nos a pensar. A noite, o luar...

Para a Ana, um dia cheio de estrelas...

ana disse...

Obrigada, Cláudia!
Gosto muito de estrelas e de ver o luar. Ontem a lua estava muito bonita.
Bjs. :)