Prosimetron

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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Carta ao Mar

O mar em dia de chuva. 
Figueira da Foz



Carta ao Mar

Deixa escrever-te, verde mar antigo,
Largo Oceano, velho deus limoso,
Coração sempre lyrico, choroso,
E terno visionario, meu amigo!

Das bandas do poente lamentoso
Quando o vermelho sol vae ter comtigo,
- Nada é mais grande, nobre e doloroso,
 Do que tu, - vasto e humido jazigo!

 Nada é mais triste, tragico e profundo!
 Ninguem te vence ou te venceu no mundo!...
 Mas tambem, quem te poude consollar?!

Tu és Força, Arte, Amor, por excellencia!
- E, comtudo, ouve-o aqui, em confidencia;
- A Musica é mais triste inda que o Mar!

Gomes Leal, in Claridades do Sul
(Recolhido no Citador)

2 comentários:

Cláudia Ribeiro disse...

Bonito o poema.

O Mar é força, é beleza, é entrega!
Sereno ou calmo é sempre belo!

Um beijinho grande e bom
fim-de-semana.:))

Isabel disse...

Gostei muito da foto!
Tem uns azuis acinzentados, muito bonitos!

Um beijinho