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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Leituras no Metro - 129



Continuo com  os Cadernos italianos de Eduardo Pitta (Lisboa: Tinta da China, 2013), desta vez em Roma.
«Quem nunca foi a Roma não tem a noção do cochicho em que está metida a Fontana di Trevi.
«O local é infrequentável, com milhares de basbaques fotografando e deglutindo triângulos de pizza. Percebo o fascínio: a espectacular cenografia em pedra criada em 1762 por Nicola Salvi e a lembrança de Anita Ekberg em La Dolce Vita (1960, Fellini) são argumentos fortes.» (p. 71)
Concordo com Eduardo Pitta: quando cheguei à Fontana di Trevi e a vi entalada entre prédios... Mas também fiz parte dos basbaques, embora sem triângulo de pizza. :)


«O Giolitti tem fama de ter os melhores [gelados], embora eu prefira os da Pergola, no Hotel Cavalieri Hilton, vendo Roma do alto da colina.
«Em todo o caso, os Babás do Giolitti são imperdíveis.» (p. 88)
Não conheço os da Pergola, mas os do Giolitti são maravilhosos. Para a próxima, experimentarei os Babás. Esero que saibam bastante a rum.


«Falando de museus, Roma não tem o fascínio de Nova Iorque, Londres, Paris e Madrid, talvez porque Roma seja um museu a céu aberto. A gente tropeça numa pedra e dá com Rafael, Caravaggio, Piero della Francesca. [...] Certa noite, no Café della Pace uma americana comentou: Para quê museus, com estes homens todos! A senhora ia no terceiro Campari. Mas tinha razão. Os romanos são muito belos.» (p. 90)
Não comento, nem as considerações sobre os museus, nem os homens. :)


«Valha-nos a delicada Villa Farnesina, no Trastevere, casa-museu que é um prodígio de bom gosto: Rafael em todo o seu esplendor, jardins luminosos, turistas tranquilos (e bem lavados). Tão secreta a Farnesina que até o turista a desconhece.» (p. 91)
Maravilhosa esta Fanesina, aqui referida há dias. Mas eu gosto (e muito) de Trastevere: tem ruas lindas, restaurantes simpáticos, Santa Cecília, San Francesco a Ripa...


«Descoberta grata foi o Palazzo Dora Pamphilj [...]. O pátio interior, muito fresco, antecede a deslumbrante galeria Brueghel, Caravaggio, Correggio, Ticiano, Lotto, Bernini, Poussin, Veslásquez e outros. Uns marmanjos teutónicos, vestidos como se tivessem passado o dia em Ostia, roçavam-se sem pudor pelas tapeçarias Gobelin. A biblioteca estava repleta do que pareciam ser investigadores. Não vimos a capela nem o teatro privado que a família Pamphilj mandou constuir e a rainha Cristina da Suécia inaugurou em 1684.» (p. 96)
Um palácio com um acervo fantástico. Mas precisava de uma intervenção na iluminação e no método expositivo, já que certas obras (como algumas de Caravaggio) não se conseguem ver. Estão lá, mas não as conseguimos apreciar de tão altas ou mal iluminadas. 

4 comentários:

Filipe Vieira Nicolau disse...

Apetecia-me ir a Roma... Já!

MR disse...

:-)

Daniel C.da Silva disse...

Ja la estive duas vezes... Gostei deste espaço. Muito :)

ana disse...

Roma...Uma cidade encantadora.
Gosto de Babás mas nunca provei os italianos. Quanto às considerações sobre a cidade ... distancio-me da maioria das notas, Fontana di Trevi é um facto que é pequena mas o conjunto escultórico extasia.