Prosimetron

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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Poemas - 77


Rosa dentro da rosa dentro da rosa
azulejo iluminura filigrana
joelhos nuca sovacos unhas
não quero quebrar
o dom de estar viva
a doçura dos mistérios
o dom do teu corpo
o teu cheiro a tua voz
o teu olhar o teu sorriso
as minhas lembranças de ti
beijo repetidas vezes
a tua boca fechada
estás debruçado sobre mim
e sorris-me
somos bons um para o outro
posso ter filhos de ti
sabemos isso

- Adília Lopes ( 1960 ), Dobra ( Poesia Reunida 1983-2007 )

5 comentários:

APS disse...

É um dos meus ódios de estimação...Que as leitoras do Almanaque de Sta. Zita deviam apreciar imenso. Com boa vontade, uma espécie de hugo mãezinha, no feminino.
Bom dia, LB!

ana disse...

Gosto do ritmo do poema!
Bom dia. :)




MR disse...

Que é da Adília Lopes?
Gosto de alguns de alguns poemas dela; de outros... :(

MR disse...

Há muitos anos, um amigo meu, que vive fora de Portugal, telefonou-me, depois de ler um poema dela (daqueles meios loucos, acho que era sobre um penso higiénico) a perguntar quem era a personagem. :-)

LUIS BARATA disse...

APS : não ponho no mesmo saco a Adília e o jovem valter. Mas achei graça ao seu comentário porque revelou uma sincronicidade que depois explicarei.