Prosimetron

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terça-feira, 6 de maio de 2014

Marcadores de livros - 151


Daqui desta Lisboa...

Daqui desta Lisboa compassiva,
Nápoles por suíços habitada,
onde a tristeza vil e apagada
se disfarça de gente mais ativa;

daqui, deste pregão de voz antiga,
deste traquejo feroz de motoreta
ou do outro de gente mais seleta
que roda a quatro a nalga e a barriga;

daqui, deste azulejo incandescente,
da soleira de vida e piaçaba,
da savada suspensa no poente,
do ramudo tristolho que se apaga;

daqui, só paciência, amigos meus!
Peguem lá o soneto e vão com Deus...

Alexandre O'Neill

5 comentários:

Isabel disse...

Tenho alguns desta colecção.
São bonitos!
Bom dia!

ana disse...

É giro. :))
Boa tarde!

ana disse...

Esqueci-me de dizer que gostei do poema.

APS disse...

O'Neill, sempre.
Boa tarde!

OCTÁVIO DOS SANTOS disse...

De certeza que Alexandre O'Neil não escreveu - aliás, nunca escreveria - «ativa» e «seleta»... ;-)