Prosimetron

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sábado, 18 de outubro de 2025

Sou barco


Sou barco abandonado 
Na praia ao pé do mar 
E os pensamentos são 
Meninos a brincar. 

Ei-lo que salta bravo 
E a onda verde-escura 
Desfaz-se em trigo 
De raiva e amargura. 

Ouço o fragor da vaga 
Sempre a bater no fundo, 
Escrevo, leio, penso, 
Passeio neste mundo 
De seis passos 
E o mar a bater ao fundo. 

Agora é todo azul, 
Com barras de cinzento, 
E logo é verde, verde, 
Seu brando chamamento. 

Ó mar, venha a onde forte 
Por cima do areal 
E os barcos abandonados 
Voltarão a Portugal.

António Borges Coelho

7 comentários:

Maria disse...

Tão bonito, o poema e a voz de Luís Cília.
Este 'cair da folha' 🍂 está a ser terrível...
RIP António Borges Coelho!

Cláudia Ribeiro disse...

Belíssimo poema.
Paz à sua alma. Fica a obra para ser lida e estudada.

Mª Luisa disse...

Concordo com o que diz a Cláudia.
Ficam as obras.
Bom dia!

Pini disse...

Bonito poema.
Bom fim de semana

Justa disse...

Bonito poema y bonita canción.

Apertas.

bea disse...

Quanto tempo sem ouvir cantar Luís Cilia. E muito o ouvimos na era das canções de intervenção.
Bom Domingo

MR disse...

Bom domingo para todos.