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terça-feira, 29 de julho de 2008

Mestres cantores do século XX: Rita Streich

Rita Streich, o “Rouxinol de Viena”, foi uma das maiores intérpretes de Mozart e Strauss do século passado. A naturalidade e o timbre fascinantes da sua voz (soprano coloratura), acompanhada de um domínio técnico ímpar, colocaram Streich no estrelato dos grandes nomes do canto lírico.

Rita Streich nasce a 18 de Dezembro de 1920 em Barnaul (Nowosibirsk/Rússia). Após a Segunda Guerra Mundial, muda-se com os seus pais para a Alemanha (Essen e, posteriormente, Jena). Rita cresce num ambiente bilingue, seu pai é alemão, sua mãe russa. A habilidade linguística adquirida seria de enorme utilidade para a sua carreira. Streich viria a interpretar obras de Rimski-Korsakow e de outros compositores russos sem qualquer dificuldade.

Estuda canto em Augsburg e Berlim, com artistas importantes da época, entre eles, Paula Klötzer, Willi Domgraf-Fassbaender e Erna Berger que descobre e promove o talento de Rita. Em 1946, é convidada a integrar a companhia residente da Deutsche Staatsoper de Berlim. Estreia-se como Pajem no Rigoletto de Verdi. Nas temporadas seguintes, interpreta vários papéis, tais como a Olympia nos Contos de Hoffmann de Offenbach ou a criada Blonde no Rapto do Serralho de Mozart.

Rapidamente, torna-se conhecida do público e críticos. Surgem os primeiros convites para produções em Bayreuth (1952), Viena (1953) e Salzburgo (1954). Seguem-se interpretações em Roma, no Scala de Milão, Covent Garden e Chicago. Actua nos principais festivais de ópera, entre eles, nos de Glyndebourne e de Aix-en-Provence.

O seu percurso durante os anos 50 é notável: a soubrette cómica e, por vezes, insolente transforma-se num soprano de coloratura multifacetado e tecnicamente seguro. Streich domina um repertório vasto de obras de Mozart (Idomeneo, Così fan tutte, O Rapto do Serralho, a Flauta Mágica/Rainha da noite, as Bodas de Fígaro, Don Giovanni), Richard Strauss (O Cavaleiro da Rosa) ou Weber (Der Freischütz).
A opereta clássica sem Rita Streich – impensável! Refira-se as actuações como Adele no Morcego de Johann Strauss, ou os registos de televisão nos anos 60 no Zigeunerbaron (J. Strauss) ou Der Bettelstudent (Karl Millöcker).

A partir de 1974, ensina canto na Escola Superior Folkwang de Essen e dá aulas de Masterclass em Salzburgo. Entre 1983 e 1987, é directora do Centre du Perfectionnement d'Art Lyrique em Nice.

Rita Streich morre a 20 de Março de 1987 em Viena, vítima de um tumor cerebral.

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