Prosimetron

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sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A criminalidade inventada...

Quando ouço dizer que o presente surto de criminalidade violenta é uma criação dos media, como já ouvi a um governante descarado e a alguns intelectuais de esquerda, sou assaltado por um desejo sombrio : que os mesmos sejam também vítimas, como o foram nestes últimos meses centenas de portugueses.
Um caso bem recente acompanhei-o de perto: Pela meia noite de quarta-feira, dia 3 de Setembro, 5 automóveis estacionados nos parques do Aeroporto de Lisboa foram roubados por uma quadrilha. Um dos automóveis, comprado há escassos meses, é propriedade de um amigo meu (J.E.S.), que se havia deslocado ao aeroporto por razões profissionais.
Já de madrugada, o veículo do meu amigo foi encontrado com vários danos, e , naturalmente, já sem o GPS, uma câmara digital, dinheiro e documentos que se encontravam no seu interior.
Com um pormenor insólito- Quando a PSP encontrou a viatura, em cima do capô estava uma faca e ainda dois pacotes vazios de ice-tea deixados pelos assaltantes.
Ainda na esquadra, onde juntamente com os outros proprietários aguardou os desenvolvimentos da operação policial, o meu amigo foi advertido, após a recuperação do seu veículo, que se quisesse apresentar procedimento criminal teria de ficar sem a viatura durante pelo menos 48 horas para que se procedesse à recolha de impressões digitais. Justificou a PSP tal período temporal com a quantidade de situações semelhantes ocorridas nos últimos dias...
O meu amigo, que mora a umas centenas de kms de Lisboa, confrontado com tal prazo e uma vez que o seu veículo estava capaz de circular, optou por não apresentar procedimento criminal antevendo as consequentes deslocações a Lisboa e eventuais despesas.
Ficamos portanto a saber que não é seguro sequer estacionar no Aeroporto de Lisboa à noite, ainda que por pouco tempo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Cada vez estou mais consciente de que vivemos num país onde o "Estado de direito" está posto em causa!

Os papéis invertem-se quem sofre as consequências é a vítima e não os agentes da maldade.
Causa dor analisar que há uma inversão de valores!