Prosimetron

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terça-feira, 25 de agosto de 2009

AO ENTARDECER




No Campo Grande. Ao fim da tarde... O ar
Tem a lenta doçura dum afago...
E o sol vai-se afundando, devagar,
Com a imensa tristeza que em mim trago.

Os passarinhos põem-se a cantar
Não sei o quê de misterioso e vago...
E toma, agora, o céu a cor do mar,
E tem a cor do céu, agora, o lago.

Mas vem junto de mim, que estou sozinho,
Como na vida, cheia d'humidade,
Uma mendiga... E segue o seu caminho...

E eu vi nos olhos dessa criatura
O amoroso fundo de saudade
Que têm as almas que ninguém procura.

Fausto Guedes Teixeira

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