Prosimetron

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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

NOCTURNO!

Jad publicou alguns sonetos de Antero de Quental que adoro. Resolvi colocar um do meu velho livro de Sonetos desse grande Senhor.

Uma estrela cadente para quem a apanhar!
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NOCTURNO

Espírito que passas, quando o vento
Adormece no mar surge a Lua,
Filho esquivo da noite que flutua,
Tu só entendes bem o meu tormento...


Como um canto longínquo - triste e lento -
Que voga e subtilmente se insinua,
Sobre o meu coração, que tumultua,
Tu vertes pouco a pouco o esquecimento...

A ti confio o sonho em que me leva
Um instinto de luz, rompendo a treva,
Buscando, entre visões, o eterno Bem.


E tu entendes o meu mal sem nome,
A febre de Ideal, que me consome,
Tu só, Génio da Noite, e mais ninguém!

Antero de Quental, Sonetos, Lisboa:Sá da Costa, 1972, (Edição organizada por António Sérgio),p.95

Yundi Li plays Chopin Nocturne Op. 9 No. 2

(Para ouvir a ler o poema)


4 comentários:

MR disse...

A ilustração da estrela cadente é gira.

Jad disse...

Adorava saber tocar piano assim... e assado também
J.

Anónimo disse...

Assado não seria de grande proveito. Parece-me...
M.

Anónimo disse...

pois... o assado deveria ser como tocavam num post do outro dia...