Prosimetron

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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Valeu a pena! Vale a pena!


Lisboa, Rua Garrett, 25 de Abril de 1974.
Foto de Alfredo Cunha.

Claro que valeu a pena. Só quem não viveu o tempo anterior ao 25 de Abril é que pode dizer que não valeu a pena. Sabemos como os portugueses têm a memória curta, mas não exageremos. Lembram-se de como o país era atrasado? Como demorávamos um dia para chegar de Braga, Bragança ou da Guarda a Lisboa? Como se vivia nas cidades de província, nas vilas e nas aldeias? Como era o saneamento básico e a saúde? Quantos estudavam? Quantos frequentavam a Universidade? Há reformas baixas? E antes quantos tinham reformas?
Em 37 anos demos um salto... Podia ter sido melhor? Talvez pudesse. Mas também podia ter sido pior.
Vale todos os dias a pena vivermos em democracia.

3 comentários:

LUIS BARATA disse...

Vale. E os que vemos morrer por ela todos os dias na Síria ou no Iémene deviam envergonhar os portugueses que agora dizem "Se soubesse o que ia dar, não tinha feito etc".
No entanto, como ainda ontem lembrou o Marcelo R.de Sousa,há que dizer que as pensões de reforma para os mais vulneráveis ( rurais e domésticas ) e o embrião do SN de Saúde começaram ainda no Marcelismo, embora seja inegável que a universalização de tudo isto ocorreu depois do 25 de Abril.

ana disse...

MR,
Achei graça porque num post anterior eu dizia que valia a pena, sem ter visto o seu post.
É claro que vale a pena!
Porém, estamos a viver um cinzentismo onde Portugal deixa de ter referências.

MR disse...

Luís,
Foi mesmo por isso que fiz este post. O Otelo sempre foi tarado, dávamos-lhe um desconto por ele ter sido o cérebro do 25 de Abril, mas acho que agora está a ultrapassar os limites. Revoluções em regimes democráticos? Sabes-e o que isso costuma dar.

Em relação às reformas, não me lembro. Em relação à saúde, é verdade, como também o é a abertura ao ensino que começou nesse tempo com o Veiga Simão.

Ana,
A democracia é um dado adquirido. E ainda bem que o é.
Infelizmente a falta de referências (ou estarmos num tempo de referências apenas consumistas e individualistas) não me parece ser um mal só português.