Prosimetron

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terça-feira, 15 de maio de 2012

Livros, leituras, protagonistas...

A mais Bela História da felicidade foi um livro que adquiri na livraria da Universidade Católica e que me deu algum prazer na viagem de regresso a Coimbra.

Os protagonistas do livro são:
- O filósofo André Compte-Sponville, professor no Collège de France e na Sorbonne;
- O historiador Jean Delumeau, professor honorífico do Collège de France e especialista em História do cristianismo (História da Mentalidade Religiosa);
- A historiadora e professora universitária Arlette Farge.

O prólogo é escrito por Alice Germain, directora de investigação no Centre National de la Recherche Scientifique, especialista em comportamentos populares no século XVIII.

Deixo um trecho do prólogo.

Viver não é suficiente, também é preciso viver feliz. a existência só faz sentido e dá gosto se se tornar o lugar e o tempo da felicidade, a ponto de passarmos a nossa a esperar por ela. A nossa existência seria como que uma casa vazia e uma página em branco que conviria preencher de felicidade. Estamos condenados a tentar obter esse Graal, do qual se espera que nos garanta uma alegria duradoura.
Mas do que se trata? O que é que faz a felicidade? Um objecto (o dinheiro?), um lugar (o paraíso?), um tempo (os amanhãs que cantam?), uma pessoa (Deus, os outros, nós próprios?). O êxito, o amor, a saúde, os prazeres, a beleza?


André Compte-Sponville, Jean Delumeau, Arlette Farge, A mais Bela História da felicidade, Lisboa: Edições Texto, & Grafia, 2009, p.7. 

Alice Germain indica várias acepções de felicidade teorizadas ao longo do tempo e termina com a mais recente, fazendo parte integrante do século XXI:

«A felicidade actual não é senão ser: "just do it", tem-se vontade de dizer, fazendo eco de uma famigerada marca desportiva. Poder-se-ia assim pensar que o ser ganhou finalmente o combate contra o ter, e que a felicidade já não está nas posses (êxito, dinheiro beleza), mas nas disposições (serenidade, tranquilidade, harmonia). Todo o paradoxo dos nossos tempos modernos consiste em inventar uma felicidade "interior" e propor sempre mais prazeres para consumir e produtos para ser supostamente feliz. Ser e ter intimamente combinados... É a nossa receita do momento.» (p. 14)

Obviamente que é um tema polémico e relativista mas é um tema que me é querido e vou ter prazer em ler este livro.
Boa noite!

2 comentários:

Cláudia Ribeiro disse...

Deve ser bem interessante!
E, encontrar esse equilíbrio que nos leve à felicidade, não é fácil certamente.
Boa aquisição.
Beijinhos

ana disse...

Cláudia,
Foi um golpe de sorte, ter entrado na livraria àquela hora.
Encontrar o equilíbrio, julgo que será a tarefa quotidiana. Subir a montanha... não sei. Ando a lê-lo.
Porém, julgo que há quem não aprecie este tipo de leitura historico-filosófica, quiçá tida como forma de alimentar as massas (uma espécie de industrialização da cultura, neste caso contemplando a felicidade)?

Beijinho e obrigada pelo comentário.