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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Memórias - 3 de Junho de 1963



Do Conclave concluído a 28 de Outubro de 1958, proveio um Papa que rompeu com hábitos e tradições instituídos na Santa Sé ao longo dos séculos: João XXIII (Angelo Giuseppe Roncalli). Ao contrário da fisionomia elegante e aristocrata do seu antecessor, mais se parecia a um homem idoso do meio rural (donde, aliás, ascendia). Decidiu adoptar o nome de João, indo contra o costume dos Papas anteriores que, salvos poucas excepções, escolheram sempre o nome de Pio durante practicamente cem anos. De forma geral, acolheu pouco entusiasmo no princípio do seu Pontificado que iniciou aos 77 anos.
 
Mas a opinião pública mudou rapidamente. João XXIII preocupou-se com a reconciliação entre cristãos e judeus: recebeu uma delegação judaica no Vaticano, cumprimentando-a com as palavras "Bem-vindos. Sou José, o vosso irmão", em alusão ao livro do Génesis (Gen. 45, 3-4) do Antigo Testamento que narra o reencontro de José com seus irmãos. Abriu as portas a uma delegação soviética em que se encontrava o genro de Nikita Chrustschow  - numa tentativa de atenuar o fosso entre o Catolicismo e o Comunismo.
A sua maior obra, a iniciativa para reforma da Igreja Católica por via do Concílio Vaticano II, terminou a 8 de Dezembro de 1965, sem ver seu impulsionador.
João XXIII morrera na segunda-feira do Pentecostes, a 3 de Junho de 1963.
   
Imagens (2a e 3a): João XXIII em actos inéditos: visita do Ospedale Bambino Gesù em Roma (1958) e da Prisão Regina Coeli (1958)

2 comentários:

LUIS BARATA disse...

Muito oportuno. Papa inesperado, conclave inesperado, e os ecos ainda se fazem sentir.

APS disse...

É o grande Papa da minha vida...E, para o seu curto magistério, o mais inovador e inspirador.