Prosimetron

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segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

In memoriam Mário Soares - 3

Mário Soares no Campo Grande:
Com o pai, João Soares.

Com os dois filhos, Isabel e João.
Com Maria Barroso e os dois filhos. 
No regresso da deportação, em São Tomé.
No regresso do exílio, depois do 25 de Abril.

Filipa Pais interpreta «O Palácio da Ventura» de Antero de Quental, um dos fundadores do primeiro Partido Socialista, em 1875, e um dos escritores que Mário Soares mais amava,

O Palácio da Ventura

Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas d'ouro com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!

Antero de Quental

1 comentário:

Justa disse...

Maravilloso soneto da desilusión. É a miña forma métrica clásica preferida.

Apertas.