Prosimetron

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segunda-feira, 7 de julho de 2008

Signo Caranguejo: George Cukor, o realizador de mulheres

George Cukor nasceu a 7 de Julho de 1899 e faleceu a 24 de Janeiro de 1983. Entre os seus filmes, contam-se muitas das pedras preciosas de Hollywood; há dez que estão no meu panteão (e vários que me falta ver, espero aumentar o leque):
  • A encantadora comédia pré-código "Dinner at Eight" (1933), com Jean Harlow, John e Lionel Barrymore, Wallace Beery e Marie Dressler, misturando a comédia de costumes com a Grande Depressão;
  • "Camille / A Dama das Camélias" (1936), com Greta Garbo no papel de Marguerite Gauthier;
  • "The Women" (1939), um inteligente exercício em "Sex and the City" que não perdeu com o tempo, com mais de 130 actrizes e nenhum actor, incluindo Norma Shearer, Joan Crawford, Rosalind Russell, Paulette Goddard, Joan Fontaine e Hedda Hopper;
  • A obra prima "The Philadelphia Story" (1940), com Katharine Hepburn, James Stewart e Cary Grant imortalizados em celulóide como Tracy Lord, Macaulay Connor e C.K. Dexter Haven;
  • The Philadelphia Story (1941)

  • "Gaslight" (1944), sobre o qual já falei;
  • "I'll Be Seeing You" (1944), o mais fantástico (e esquecido) filme de Natal, realizado por William Dieterle (Cukor não aparece nos créditos), em que Cukor foi chamado por Selznick para re-gravar parcialmente - e vê-se como um Cukor;
  • "Adam's Rib" (1949), comédia "guerra dos sexos" em torno a um caso de uma mulher (Judy Holliday) acusada de alvejar o marido que a enganava, defendida em tribunal por uma feminista (Katharine Hepburn) e acusada pelo marido desta (Spencer Tracy);

Adam's Rib (1949)

  • "Born Yesterday" (1950), com Judy Holliday e William Holden, outra comédia hilariante que conseguiu o Óscar de Melhor Actriz para Judy Holliday;
  • "A Star Is Born" (1954), remake do drama dos anos 30, com Judy Garland como Esther Blodgett/Vicki Lester, James Mason como Norman Maine e a canção "The Man Who Got Away";
  • "My Fair Lady" (1964, com Audrey Hepburn e Rex Harrison).
Em termos de marcos na história do cinema, realizou os últimos filmes de duas das grandes divas dos anos 30: "Two-Faced Woman" (1941), com Greta Garbo, e "Her Cardboard Lover" (1942) com Norma Shearer (é curioso; nos anos 30, a maior estrela do cinema norte-americano era a mulher de Irving Thalberg, que a posteridade não favoreceu). Katharine Hepburn actuou em 10 dos seus filmes (incluindo três com Spencer Tracy e dois para televisão). Esteve envolvido na produção de "The Wizard of Oz / O Feiticeiro de Oz" e "Gone With the Wind / E Tudo o Vento Levou", tendo sido o realizador indicado para este último antes das manipulações Selznick / MGM o terem afastado. Era também o homem do leme no mítico "Something's Got to Give", o último filme (inacabado) de Marilyn Monroe.
O seu último filme, "Rich and Famous", com Jacqueline Bisset e Candice Bergen, data de 1981.
O título de "realizador de mulheres" nunca lhe agradou - costumava salientar que nunca nenhum outro realizador tivera tantos actores a conseguir o Óscar de Melhor Actor (James Stewart com "The Philadelphia Story", Ronald Colman com "A Double Life" e Rex Harrison com "My Fair Lady").
Uma nota para a sua vida fora do écran: os seus famosos domingos em Hollywood eram garantia de boa vida em ambiente de beautiful people, reunindo amigos como Gene Tierney, Judy Garland, Katharine Hepburn e Spencer Tracy, Laurence Olivier e Vivien Leigh, Joan Crawford e o seu marido Douglas Fairbanks, Jr. , Noel Coward, Cole Porter, James Whale, Lauren Bacall e Humphrey Bogart, Claudette Colbert, Marlene Dietrich, Edith Head ou Norma Shearer.

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