Prosimetron

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segunda-feira, 7 de julho de 2008

1930 - Arthur Conan Doyle

Arthur Conan Doyle faleceu no dia 7 de Julho de 1930, aos 71 anos, na sua mansão de Windlesham, devido a complicações cardíacas que se haviam agravado um ano antes, na primavera de 1929, quando realizava uma tournée de conferências pela América do Norte.

Apesar de ter passado esse último ano da sua vida muito debilitado fisicamente, ainda na semana anterior à sua morte integrou uma delegação de adeptos do Espiritismo que foi requerer ao Home Office a revogação do Witchcraft Act ( Lei de 1733 que na sua origem visava reprimir a feitiçaria e a vagabundagem, mas que nas últimas décadas do séc.XIX e nas primeiras do séc.XX foi usada pelas autoridades britânicas para condenar um grande número de médiums, metendo no mesmo saco tanto os vigaristas como os espíritas convictos, visando reprimir o grande número de burlas que já ocorriam sob o pretexto dos espíritos...) , uma vez mais sem sucesso.

Aliás, os últimos anos da vida de Sir Arthur Conan Doyle foram dedicados ao Espiritismo, alienando muitos amigos e admiradores, sendo certo que mesmo dentro do Espiritismo as suas ideias não eram pacíficas: em 1928 demitiu-se da London Spiritualist Alliance , da qual tinha sido presidente, e no princípio de 1930 saíu da Society for Psychic Research, abandonos que se deveram ao facto de que Conan Doyle achava que ambas as sociedades estavam a ser demasiado rigorosas nos seus critérios...

Se o Espiritismo marca o ocaso da vida de Conan Doyle, médico de formação, o apogeu da mesma é marcado pela escrita das histórias de Sherlock Holmes, a sua criação literária que lhe deu fama e fortuna. Foi, aliás, o sucesso do Rei dos Detectives que possibilitou deixar o exercício da medicina e dedicar-se à escrita a tempo inteiro.

No entanto, como é sabido, Doyle, a partir de certa altura, passou a "odiar " Sherlock Holmes, que quase parecia ter adquirido vida própria tal o sucesso mundial, e chegou a "matá-lo", vendo-se porém obrigado a "ressuscitá-lo" uns anos depois por necessidades económicas e pressão dos admiradores - desde a sua própria mãe até à Família Real...
Arthur Conan Doyle está inexoravelmente ligado a Holmes, sendo quase desconhecidos os inúmeros romances históricos que publicou. Sherlock Holmes, como se sabe, é uma das personagens literárias mais populares de todos os tempos e uma das mais adaptadas para outros meios- rádio, televisão e cinema, sendo certo que as suas aventuras continuam, escritas agora por outras mãos, num fenómeno que não tem paralelo e a que voltarei.

O que não deixa de ser curioso é como o criador do mais racional dos detectives acabou missionário do Espiritismo... Mas também sobre isto existem muitas teorias...

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