Prosimetron

Prosimetron

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Thomas Mann


O grande escritor alemão, galardoado em 1929 com o Prémio Nobel da Literatura, com o seu livro mais aplaudido e conhecido, “ Os Boddenbrooks”, morreu em Zurique em 12 de Agosto de 1955, tendo nascido em Lübeck, em 6 de Junho de 1875. Exilado na Suíça quando da ascensão ao poder de Hitler, tendo-lhe, e sua mulher e filhos, sido retirada a cidadania alemã, acabou por se fixar nos EUA, onde ensinou em Princeton, naturalizando-se norte-americano, e de onde saiu de novo para a Suíça com as perseguições aos emigrantes pelo MacCarthismo. “A Montanha Mágica”, “As Confissões de Félix Krull", “José e os seus irmãos”, “Tonio Kröger” e “A Morte em Veneza” são, com “Os Buddenbroocks”, as suas obras mais conhecidas. A sua mãe, Júlia da Silva Bruhns, era brasileira, de Angra dos Reis.

2 comentários:

Anónimo disse...

Thomas Mann um dos meus escritores preferidos. A Montanha Mágica e a Morte em Veneza deram-me algumas horas de prazer.
Graças a si, hoje, posso lembrá-lo.
Agradecida.

Anónimo disse...

Para homenagear Mann deixo aqui este excerto à minha escolha:

"Com respeito à natureza do tédio encontram-se frequentemente conceitos erróneos. Crê-se em geral que a novidade e o carácter interessante do seu conteúdo "fazem passar" o tempo, quer dizer, abreviam-no, ao passo que a monotonia e o vazio estorvam e retardam o seu curso. Mas não é absolutamente verdade. O vazio e a monotonia alargam por vezes o instante ou a hora e tornam-nos "aborrecidos"; porém, as grandes quantidades de tempo são por elas abreviadas e aceleradas, a ponto de se tornarem um quase nada. Um conteúdo rico e interessante é, pelo contrário, capaz de abreviar uma hora ou até mesmo o dia, mas, considerado sob o ponto de vista do conjunto, confere amplitude, peso e solidez ao curso do tempo, de tal maneira que os anos ricos em acontecimentos passam muito mais devagar do que aqueles outros, pobres, vazios, leves, que são varridos pelo vento e voam. Portanto, o que se chama de tédio é, na realidade, antes uma simulação mórbida da brevidade do tempo, provocada pela monotonia: grandes lapsos de tempo quando o seu curso é de uma ininterrupta monotonia chegam a reduzir-se a tal ponto, que assustam mortalmente o coração; quando um dia é como todos, todos são como um só; e numa uniformidade perfeita, a mais longa vida seria sentida como brevíssima e decorreria num abrir e fechar de olhos."

Contra todos os tédios, o vazio, a monotonia e a melancolia.
Mais uma vez obrigada.