Prosimetron

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sábado, 16 de agosto de 2008

De novo o Baltazar

De novo o Baltazar

3 comentários:

Anónimo disse...

POEMA DO COMEÇO

Eu num camelo a atravessar o deserto
com um ombro franjado de túmulos numa mão muito aberta

Eu num barco a remos a atravessar a janela
da pirâmide com um copo esguio e azul coberto de escamas

Eu na praia e um vento de agulhas
com um Cavalo-Triângulo enterrado na areia

Eu na noite com um objecto estranho na algibeira
-trago-te Brilhante-Estrela-Sem-Destino coberta de musgo

António Maria Lisboa
(in Poesia. Lisboa: Assírio e Alvim, 1977, p. 151)

Jad,
tens atravessado o deserto num camelo?
M.

Anónimo disse...

Transcrevo novamente porque apareceu mal transcrito. Espero que saia bem:

POEMA DO COMEÇO

Eu num camelo a atravessar o deserto
com um ombro franjado de túmulos numa mão [muito
aberta

Eu num barco a remos a atravessar a janela
da pirâmide com um copo esguio e azul coberto de
escamas

Eu na praia e um vento de agulhas
com um Cavalo-Triângulo enterrado na areia

Eu na noite com um objecto estranho na algibeira
-trago-te Brilhante-Estrela-Sem-Destino coberta de
musgo

António Maria Lisboa
(in Poesia. Lisboa: Assírio e Alvim, 1977, p. 150-151)

Miss Tolstoi disse...

Como já anda por aí uma poesia para crianças, vou aqui deixar uma também:

O dromedário

Dorme, dorme o dromedário?
não dorme, que yem horário
para cruzar o Sará.
Há dez dias que não bebe.
O oásis onde está?

Não há bicho mais esperto
nesse forno do deserto.
Como só tem uma bossa,
acha que não é camelo
e dos camelos faz troça.

Vê os carros a passar
no rali Paris-Dakar
e tem um sonho fisgado:
é pedir uma boleia,
mas com ar condicionado,
ir á terra além da areia
e provar lá um gelado.

Luísa Ducla Soares