Prosimetron

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sábado, 22 de novembro de 2008

Novembro com T. Albinoni


O esplendor da música veneziana da primeira metade do século XVIII resume-se a dois géneros: os Concerti e as Sonatas. A primazia de Antonio Vivaldi é indiscutível neste contexto. Todavia, outros compositores da Sereníssima revelam repertórios notáveis, entre eles, o menos conhecido Tomaso Albinoni. Quanto mais nos familiarizarmos com a obra de Albinoni, mais nos impressiona a qualidade musical única deste génio.O famoso Adagio em sol menor para órgão e cordas continua uma das obras barrocas mais representadas (ainda que se trate de uma reconstrução moderna a partir de um fragmento do andamento lento de uma sonata, encontrada por Remo Giazotto nos anos quarenta do século passado…).

Tomaso Albinoni é considerado um dos grandes “dilettanti” de Veneza. Sem qualquer conotação pejorativa, significa esta expressão na terminologia do século XVIII o simples facto de um artista exercer outra profissão para efeitos oficiais. O pai de Albinoni geria uma oficina para a produção de cartas de jogo, e Tomaso, seu filho, seguiu inicialmente o exemplo paternal. Contudo, o seu desejo de ingressar na via artística foi aceite, e os dois irmãos mais novos deram continuidade ao ofício do pai.
Albinoni foi pioneiro na história dos Concerti. As primeiras peças consolidaram o modelo “clássico”, constituído por três andamentos (rápido – lento – rápido). Com a precisão temática e rítmica, serviram de ponto de partida para a obra de outros compositores que aperfeiçoaram este género barroco, entre eles, Vivaldi.

Os doze Concerti, op. 9, revelam-nos um Albinoni no auge da capacidade musical e da popularidade. O compositor dedicou o op. 9, publicado pela primeira vez em Amesterdão em 1722, ao príncipe eleitor Maximilian Emanuel II da Baviera. Dois anos antes, sua esposa cantara na corte bávara. A boa receptividade dos doze Concerti proporcionou o convite irrecusável de compor uma ópera e uma serenata por ocasião do casamento do príncipe Karl Abrecht em Outubro de 1722.
Pierre de Bretagne, cronista oficial das festividades, manifestou-se com entusiasmo sobre as obras de Albinoni, classificando-as como “belle et charmante musique”.


Como sugestão, segue o belíssimo terceiro andamento do Concerto no. 2 em ré menor para oboé (não foi possível identificar o conjunto musical).


4 comentários:

Anónimo disse...

Começa-se logo bem a manhã.
Obrig.,
M.

LUIS BARATA disse...

Desconhecia a genealogia do famoso Adagio de Albinoni. Estamos sempre a aprender.

Anónimo disse...

Os seus posts são sempre encantadores. Parabéns.
CPS

Anónimo disse...

Gosto muito de Albinoni e de Vivaldi.
Adoro o Adágio apesar de não ser genuíno.
O seu post é bonito como é costume. A imagem de marca são as folhas outonais.

A.R.