Prosimetron

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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Comunhão


Uma pomba catando
outra numa janela do sétimo

andar do hospital. Nada
as perturba. Nem o ruído

das escavadoras no túnel
em construção. Uma pomba

catando a outra num gesto
de ternura. Os olhos são

a única impureza no meio
de tanta brancura.

Jorge Sousa Braga, Porto de Abrigo, in Poemário, Lisboa: Assírio & Alvim, 2009

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