Goa, Pangim
Dezembro 2008No blogue A Casa Improvável encontrei e redescobri um filósofo que para mim é ainda enigmático: E. M. Cioran. Procurei um livro dele e encontrei este Do Inconveniente de Ter Nascido. Ainda não tenho uma ideia precisa deste filósofo. Muito obrigada C.A. pelo estímulo.
No livro encontrei esta afirmação com a qual, em parte, me identifico:
"Não é fácil falar de Deus quando não se é nem crente nem ateu: e é sem dúvida o drama de todos nós, teólogos inclusive, não podermos ser nem uma coisa nem outra".
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E. M. Cioran, Do Inconveniente de Ter Nascido, Lisboa: Livraria Letra Livre, 2010, p.68
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E. M. Cioran, Do Inconveniente de Ter Nascido, Lisboa: Livraria Letra Livre, 2010, p.68
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A partir da afirmação lembrei-me do livro de Jean Delumeau que há uns anos atrás me deu prazer ler. Todos quer sejamos crentes ou não procuramos um lugar idílico, uma utopia, um Paraíso. Deixo um breve excerto da história do Paraíso.
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Li Livres dou Tresor
x«Na Índia fica o Paraíso terrestre, onde estão toda a sorte de árvores e de pomos e de frutos que existem na terra, e também ali está a árvore da vida que Deus vedou ao primeiro homem; e ali não faz frio nem calor senão com razão e moderação; e no meio está a fonte que banha tudo, e desta fonte nascem os quatro rios de que ouvistes falar: são Píson, Guion, Tigre e Eufrates.»
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Brunetto Latini, Li Livres dou Tresor Paris, «Coll. des inédits de l'histoire de France», 1863, p. 161, in Jean Delumeau, Uma História do Paraíso, O Jardim das Delícias, Lisboa:Terramar, 1992, p. 63
7 comentários:
Minha cara Ana,
Apesar da máxima de Jorge de Sena, que hoje citei, na «Casa», eu não consigo evitar o amor à verdade, e por isso sinto-me compelido a aqui deixar registado que a minha «fonte», no que respeita a E.M.Cioran, é o blogue «Arpose», de APS e... o PROSIMETRON. As provas estão aqui:
http://arpose.blogspot.com/search/label/E.%20M.%20Cioran
http://prosimetron.blogspot.com/search/label/E.%20M.%20Cioran%20%281911-1995%29
Lá diz o ditado: «o seu a seu dono» :-)
Caro c.a.,
Eu conheci Cioran através do seu blogue, por isso o citei.
Prezo o blogue Arpose mas não o tenho visitado. No seu blogue de facto disse que conheceu através de APS a quem respeito.
Vi a sua citação mas não quis comentar.
A verdade é para mim primordial mas tem que ser dita cara a cara, tem que ser confrontada olhos nos olhos, só assim faz sentido a verdade.
Tenho andado a reflectir sobre o que se deve comentar ou não.
É mais cordial, embora para mim seja mais superficial, dizer-se o que é socialmente correcto, sem mostrar as tendências ou os gostos,ou as opiniões.
Desta forma, julgo que se aprende menos mas é mais passivo e concordato.
Tenho pautado a minha existência com a luta pela verdade, em dizer o que penso e apaixonadamente reflicto... mas não tem valor é mais avaliado a citação de livros.
Camus que eu pensava que entendia, vejo agora que tenho de ler a tese dele sobre Santo Agostinho que é um homem que admiro, e isto é só um exemplo.
Estou muito grata pela sua visita e pelos seus ensinamentos que retiro das fugazes visitas à Casa Improvável.
Aproveito para agradecer também a APS.
Bom domingo e obrigada. :)
Ó Ana, deve andar a comer muito queijo! :)
É que ainda nem existiam "Arpose" e "Casa Improvável" e já Cioran, de que gosto muito, aparecia no Prosimetron. E com comentários seus!!!
Desculpem meter "a foice em seara alheia" mas acho curioso o que se escreveu neste post quando uma simples pesquisa ( canto superior esquerdo, ao lado do cabeçalho ) mostra o contrário à saciedade.
Luís,
Devo agardecer-lhe também, porque afinal Cioran foi muito citado por si e eu não me lembrava. Tenho a cabeça povoada de muitas leituras direcionadas noutro sentido, ligado aos meus estudos.
Fiz uma pesquisa e vi.
Tenho saudades do Luís filósofo :)). Por favor regresse.
c.a.,
Mais uma vez obrigada, visito a sua casa porque os textos que coloca têm sempre algo de profundo.
Luís estava a fazer o comentário sem ter visto o seu, já está explicado.
Bom domingo. :)
Luís,
Não meteu a foice em seara alheia, foi bom ter escrito o que escreveu.
Fui ver de novo e vi os comentários. Foi a 5 de Novembro de 2009 que o conheci e vi que MR já tinha colocado um pensamento em data anterior.
O que me despertou interesse foi o texto que vi na CI e a sua relação a Camus e Sartre.
Como lhe digo não comprei na altura o livro e passou-me.
Voltei porque li os comentários
Bjs :)
A Filosofia tem andado um pouco arredada destas páginas e das "minhas" mas voltará em breve por vários motivos.
Bom domingo!
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