Prosimetron

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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Da Política...

Os posts de MR com a apresentação do livro: Manuel Teixeira Gomes e do Luís com uma citação de Sophia de Mello Breyner Andresen, fizeram-me ir ao encontro deste pensamento.

Robert Schefman, Politcs, 2008
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"A política longe de me oferecer encantos ou compensações converteu-se para mim, talvez por exagerada sensibilidade minha, num sacrifício inglório. Dia a dia, vejo desfolhar, de uma imaginária jarra de cristal, as minhas ilusões políticas. Sinto uma necessidade, porventura fisiológica, de voltar às minhas preferências, às minhas cadeiras e aos meus livros".
Manuel Teixeira Gomes

Do prefácio do livro de Joaquim António Nunes Da Vida e da Obra de Teixeira, Lisboa : [s.n.], 1976.
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Para além da beleza do pensamento é, no meu entender, o que é a política: desencanto!
Obrigada MR e Luís.

4 comentários:

MR disse...

Esta citação é tirada de uma carta do Manuel Teixeira Gomes não me lembro a quem (José Pontes?). Acho que ele andava mais desencantado com a vida do que com a política...

ana disse...

MR,
Permita-me dizer que a vida política não se deve dissociar da vida pessoal. Membro do Partido Democrático viveu os momentos da dissidência dentro do seu próprio partido, que em nada o auxiliaram na acção governativa, resignando a 11 Dezembro de 1925.
A vida como diplomata tmabém não foi fácil. Durante a estadia no poder de Sidónio Pais retiraram-lhe o passaporte diplomático e esteve sob prisão cerca de duas semanas. Todos os seus ideais foram batidos, não conseguiu fazer governo com Afonso Costa.

É verdade que quando resignou a presidência alegou motivos de saúde mas não acha que a instabilidade intrínseca e extrínseca ao seu partido o ajudou a ter aquele desabafo?

Não consigo desligar uma coisa da outra.

MR disse...

Ana, para começar o PR não tinha acção governativa. E eu não disse que ele não mostrasse alguma desilusão com a vida política, só acho que o desencato com a vida era maior. A vida (política, incluída) quase nunca é como uma pessoa a idealiza (e ele o diz).
Uma pessoa que está desencantada, e se sente sacrificada, interrompe ou encerra essa etapa, não se vai exilar em Bougie.
Sou uma grande admiradora de MTG. Desde os meus 16 ou 17 anos, em que estive uns dias doente e tendo lido um livro dele (acho que foi a Sabina Freire), devorei de seguida a prateleira toda. Reli-os todos e alguns mais de uma vez. Nessa época eu era uma devoradora de livros.

ana disse...

MR,
Não me exprimi de uma forma feliz o que queria dizer era a sua acção política.

Não li o livro que indica mas sabia da sua existência.

O post que coloquei tem que ver com a minha opinião sobre a política actual e aproveitei a ideia dele porque a acho sincera e frontal, fruto da sua vivência política.
Obrigada por ter interagido irei ler o livro que focou, depois de umas leituras que ando a fazer.