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terça-feira, 30 de abril de 2013

Leituras no Metro - 131

Em 1971, Piódão não tinha este aspeto. Quando o visitei há 11 anos, talvez, os acessos eram horríveis, a aldeia já estava recuperada, mas era um museu sem vida, não se via gente nas ruas.

«Encontrei terras extraordinárias. Uma aldeia que se chama Piódão, no fundo de um vale, só há 3 anos está ligada ao mundo por uma estrada. As casas são de xisto, desde os alicerces até ao telhado, inclusive. As paredes são de xisto, em forma aproximada de tijolo; os telhados, de xisto, em forma de lâminas; e as ruas, quase todas em degraus, são também de xisto, em forma de tocas. Nas casas moram pessoas e bichos; e, às vezes, sentimos atrás de uma porta fechada um porco ou uma cabra.»

Fui a Valezim quando era miúda. Não me lembro de nada.

«Vi também uma terra chamada Valezim, com uma igreja românica certamente muito antiga, onde há uma Senhora das Dores (= Pietà) extraordinária.»

António José Saraiva, [Seia, 16 de Agosto de 1971]
In: Cartas de amor [...] a Teresa Rita Lopes. Lisboa: Gradiva, 2013, p. 111

1 comentário:

Isabel disse...

Conheço o Piodão. A aldeia da minha mãe fica para essa zona. Linda no Verão, dura no Inverno.
Boas leituras!