Prosimetron

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domingo, 28 de dezembro de 2014

"Por uma democracia social"

Li e gostei do artigo do Professor Doutor Reis Torgal sobre o Ensino Superior, a educação e a sociedade em que vivemos. Achei tão pertinente que estou aqui a partilhá-lo.

Que “licenciados” queremos? Que Universidade ou que Ensino Superior? Que Educação? Ou, sobretudo, que Sociedade?



Não sei o que Angela Merkel disse sobre os licenciados em Portugal e em que circunstâncias. O que sei é que há estadistas a preocuparem-se demais com situações de outros países e a ocuparam-se pouco dos problemas da Europa, deste “sistema” que nos aflige e que nos tem desequilibrado social e economicamente: neste mundo onde existem roubos fiscais legalizados, quebra de contratos com trabalhadores e aposentados, encerramento e deslocalização de empresas, bancos em falência, privatizações por sistema, aumento de desempregados e subempregados… Há, pois, que lutar por uma outra democracia, talvez afinal pela Democracia ou por uma Democracia Social. Mas entendo que a questão dos “licenciados a mais” é uma questão a discutir com rigor.

Num livro de que sou coautor, Que Universidade?, pus de algum modo em questão, saudavelmente, o juízo de António Nóvoa, num excelente discurso que proferiu num 10 de Junho, de que a actual geração era a mais bem preparada de sempre. Julgo sim que é a que tem mais graus universitários, pois não a considero, tendo em conta as circunstâncias de cada época, a mais bem preparada. É que não se verificou uma democratização do ensino, mas a sua massificação e, com isto, a perda de exigência dos professores e alunos e do seu sentido crítico. A própria transformação da gestão democrática das Universidades em simples gestão de tipo empresarial tirou capacidade crítica a uns e a outros. Mais: a lamentável adaptação que se fez da Declaração de Bolonha (19.06.1999) que, ao contrário das suas nobres aspirações, passou a ser apenas um processo criador de três ciclos de ensino superior, originou cursos, mais ou menos de continuidade, em que cada grau não é marcado tanto pela qualidade, mas pelo facto de o ser. O que é preciso é prosseguir numa escada de três degraus, em que cada um deles pode não ser índice de boa preparação.

Luís Reis Torgal, Ler o artigo todo
No Público, 28-12-2014.

Boa tarde.

5 comentários:

MR disse...

Não sei que país vamos construir com tanto analfabeto licenciado.

ana disse...

MR,
Ter como objectivo as estatísticas dá no que dá.
Acabei por fazer uma introdução ao registo, modificando-o.
Julgo que se partilharmos esta preocupação estaremos todos mais atentos à sociedade que queremos.

Anónimo disse...

Li o artigo e estou de acordo com o Torgal.
Miss Tolstoi

Jad disse...

O rei vai sem roupa, mas ninguém repara.

ana disse...

Miss Tolstoi,
Também gostei deste artigo que merece reflexão.
Boa noite.:))

Jad,
Achei graça à metáfora.
Boa noite. :))