Prosimetron

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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Jogar - 4

Hoje vamos ao xadrez. Há dezenas de pinturas e livros de arte com pinturas de xadrez.

Lucas van Leyden - O jogo de xadrez, ca 1508
Beerlim, Gemäldegalerie
Caravaggio - Jogadores de xadrez
James Northcote - Os jogadores de xadrez, ca 1730
Honoré Daumier - Os jogadores de xadrez, ca 1863-1867
Paris, Petit Palais
Thomas Eakins - Os jogadores de xadrez, 1876
Nova Iorque, MET
George Goodwin Kilburne -A Hopeless Case
Henry Caro-Delvaille - A minha mulher e as irmãs
John Lavery - As jogadores de xadrez, 1929
Londres, Tate
Vieira da Silva - A partida de xadrez, 1943

«Ouvi contar que outrora, quando a Pérsia 
Tinha não sei qual guerra, 
Quando a invasão ardia na Cidade 
E as mulheres gritavam, 
Dois jogadores de xadrez jogavam 
O seu jogo contínuo. 

À sombra de ampla árvore fitavam 
O tabuleiro antigo, 
E, ao lado de cada um, esperando os seus 
Momentos mais folgados, 
Quando havia movido a pedra, e agora 
Esperava o adversário, 
Um púcaro com vinho refrescava 
Sobriamente a sua sede. 

Ardiam casas, saqueadas eram 
As arcas e as paredes, 
Violadas, as mulheres eram postas
Contra os muros caídos, 
Traspassadas de lanças, as crianças 
Eram sangue nas ruas...
Mas onde estavam, perto da cidade,
E longe do seu ruído, 
Os jogadores de xadrez jogavam 
O jogo do xadrez. 
[...]

Ricardo Reis

Para a Maria e para a Paula.

Acrescento em 23 fev.: Veja as escolhas de Memórias e Imagens.

9 comentários:

Margarida Elias disse...

Bem interessante (gosto desta temática). Também gostei do poema. Bom dia!

MR disse...

Há montes de pinturas com jogadores de xadrez. Vamos a ver qual será o próximo jogo.
Margarida, pode continuar a 'geminar'. 😊
Bom dia!

Maria disse...

Muito obrigada MR!
Não conhecia este poema do nosso "Pessoas".
Gosto de todos os quadros, especialmente dos últimos três.

Bom dia!
🖼️

bea disse...

O quadro de Vieira da Silva é uma originalidade. Também desconhecia o poema, ilustra bem a concentração dos jogadores.

MR disse...

Boa tarde para as duas. 😊

PNLima disse...

Ora muito obrigada. Mais uma memória de tanto que aborreci o meu pai porque queria jogar xadrez. No aniversário lá recebi o jogo, mas do que gostei mais ainda foi do livro que o acompanhava, para ensinar com ilustrações tão bonitas. O rapaz cá de casa também é fã. Todas as pinturas são bonitas, mas gosto mais da da Vieira da Silva.
Bom fim de semana (que acordou confinadamente cinzento)

Justa disse...

En la mayoría de la pinturas las mujeres son observadoras, no jugadoras. En las excepciones, como en la de Kilburne, es más bien un galantes; en la de Caro-Delvaille es un juego entre mujeres (y el autor refleja a la, derecha su verdadero papel social) y en la de Lavery es un juego de niñas. En las demás son meras observadoras o no aparecen, a excepción de la primera, en la que el juego es de igual a igual. Me gusta.
Estupendas estas entradas, MR. Las disfruto un montón.

Apertas.

Justa disse...

Me olvidaba, precioso el poema de Pessoa.

MR disse...

Nunca joguei grande xadrez porque se havia umas interrupções, já não me lembrava das regras. A descendência joga.
Achei engraçado a pintura do jogo entre mulheres por não ser frequente. pelo menos, não me lembro de a ter visto antes.
Abraços para as duas.