Prosimetron

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segunda-feira, 12 de maio de 2008

HELMUT BERGER, ACTOR DE LENDA E PAIXÃO



Certamente sugestionado pelo post do Filipe Nicolau sobre Karlheinz Böhm, que foi na tela o Imperador Francisco José da Áustria, contracenando com Romy Schneider como a Imperatriz Elisabeth, Sissi, dei por mim a rever Ludwig, em que a actriz desempenha o mesmo papel, agora recordando a amizade por outra personagem histórica com quem partilhou afectos e afinidades de rebeldia e extravagância, interpretada brilhantemente por Helmut Berger. E depois a ver “Grupo de Famiglia in un interno” (“Violência e Paixão”) onde o actor é Konrad, um gigolô.

Helmut Berger, nascido em 29 de Maio de 1944, há sessenta e quatro anos, foi um descoberta aos vinte anos – como actor e como, mais tarde, seu amante - de Luchino Visconti e intérprete nos seus filmes “The Witches”(1967), “The Damned” (1969), “Ludwig” (1972) e “Conversation Piece”(1974), tendo ainda trabalhado com outros realizadores como Vittorio de Sica e Sérgio Gobbi. Abalado psicologicamente pela morte do realizador, em 1976, Berger tentou suicidar-se no primeiro aniversário da sua morte, já a enfrentar problemas de álcool e drogas, de que conseguiu libertar-se anos mais tarde.

O actor considerava que a sua vida estava dividida entre os 12 anos que durou a sua relação com Visconti, (tinha apenas 32 anos quando o realizador morreu e passou a considerar-se seu “viúvo”) com o qual o “ rapaz trémulo perante as câmaras” tudo aprendeu e os anos seguintes onde participou em inúmeras películas, entre outras no “Padrinho”, parte III, de Coppola, em 1990 e num episódio da série televisiva “Dinastia”. Dos primeiros anos é de referir ainda “Retrato de Dorian Grey”, de Máximo Dallamano, de 1970.

De uma beleza ao mesmo tempo enigmática, ambígua e provocadora, de olhar penetrante, Berger foi um ícone para homens e mulheres, amante de Visconti, Bianca e Mick Jagger e Marisa Berenson,com quem teve uma relação profunda e séria.
Em 1973 recebeu o Óscar europeu “David de Donatello” por “Ludwig” e em 2007 o Urso Especial do Festival de Cinema de Berlim pela sua carreira.

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