Prosimetron

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domingo, 29 de junho de 2008

Katharine Hepburn


Primeira dama do cinema, #1 no ranking das maiores actrizes de sempre do American Film Institute, com um record de 4 Óscares da Academia em interpretação, até hoje não igualado, Katharine Hepburn faleceu a 29 de Junho de 2003. Nascida a 12 de Maio de 1907, filha de boas famílias, destacou-se pela força com que gerou as suas personagens, quer no drama, quer na comédia, quer em filmes e papéis genuinamente originais ou longe dos paradigmas.
Algumas notas superlativas de interpretação dramática para "The Lion in Winter", com Peter O'Toole, e "On Golden Pond/A Casa do Lago", com Henry Fonda, que lhe granjearam os Óscares de Melhor Actriz em 1968 e 1981. Como Eleanor of Aquitaine, rainha manipuladora e desterrada, é insuportavelmente ... humana. Como avó enternecida a tentar reconciliar a família, é uma torre. O toque mágico na sua última (curta) interpretação no cinema, em "Love Story", um remake de "An Affair to Remember", com Warren Beatty e Annette Bening, salva o filme. As suas interpretações em "Suddenly, Last Summer" e "The Glass Menagerie" criaram a definição das personagens de Tennessee Williams.

Na comédia, a guerra dos sexos de "Adam's Rib" (com e contra Spencer Tracy) é um dos pontos altos do género (com uma nota inesquecível de Cole Porter no "Farewell, Amanda") e as suas parcerias com Cary Grant fizeram história: destas, a minha favorita é de longe "The Philadelphia Story", embora "Bringing Up Baby" e "Holiday" também sejam marcos da comédia (nem sempre bem recebidos - Katharine Hepburn foi designada, como muitas outras estrelas de finais dos anos 30, como "box office poison" -- veio a provar repetidamente o erro desses profetas).

Hors genre, liderou espíritos em "The African Queen / A Rainha Africana", e teve vários papéis aproveitando a vertente de "solteirona": "Summertime" de David Lean, com Rossano Brazzi, e "The Rainmaker" com Burt Lancaster foram expoentes que também lhe valeram nomeações da Academia. Esteve excelente também no thriller, como prova o notável "Undercurrent" de 1946.

O seu segundo Óscar foi concedido em 1967 por "Guess Who's Coming to Dinner", com Spencer Tracy (a última das suas nove colaborações no écran, sombra menor da sua relação) e Sidney Poitier, num mundo em que as divisões raciais marcavam a América.
O seu primeiro Óscar foi conquistado em 1933, no ano em que interpretou Jo em "Little Women / Mulherzinhas", mas por "Morning Glory": a história de uma actriz que temia que a fama não fosse sustentada depois da primeira chama -- um problema que Ms. Hepburn não teve.

1 comentário:

Filipe Vieira Nicolau disse...

No universo do cinema, o apelido Hepburn é sinónimo de beleza, elegância e profissionalismo. Kate e Audrey, ainda que muito diferentes, continuarão a encantar gerações futuras.