Prosimetron

Prosimetron

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O pior sobre Caravaggio


Christopher Peachment - Caravaggio. Lisboa: Temas e Debates, 2004
Um romance biográfico, escrito na primeira pessoa. Foi um dos piores livros que li e o mínimo que posso dizer: SÓRDIDO, pese embora a própria vida do pintor.

12 comentários:

LUIS BARATA disse...

Não conheço, mas pelos vistos não vale a pena perder tempo com ele.

Anónimo disse...

Um amigo - grande apreciador de Caravaggio - a quem o quis empandeirar, devolveu-mo depois de lido. A seguir o destino do livro foi o lixo. Foi a única vez que fiz isso a um livro.
M.

Claudia Sousa Dias disse...

Se a personagem é sórdida o autor está a contar a escrever a estoria pelo ponto de vista dele tem de pintá-lo como um vilão, um ser detestável e não como um herói.

Poderá haver outras versões da mesma personagm mais soft, mas o interesse está precissamente em saber compará-las. A vida não se compõe apenas de personagens boas. Também há as nojentas. E é preciso escrevê-las, descrevÊ-las e entrar dentro delas para as percebermos. Gosto muito do primeiro capítulo deste livro, em que ele fala sobre os pais e que é a chave para a formação do ser que vemos transformar-se ao longo do romance.

MR disse...

Há belíssimas biografias de Caravaggio em que não o descrevem como um santo, bem longe disso. A escrita de Peachment é que é abjeta.

Claudia Sousa Dias disse...

É a construção de um discurso interior do pensamento de um ser perverso que imagina alguém como ele a ouvi-lo. Só.

É certo que eu não conseguiria imaginar um discurso semelhante, não me consigo pôr no lugar desta pessoa. Mas havendo alguém que o consiga fazer porque não?

acha que um ser que é tarado sexual, que sofre de soberba e que despreza a humanidade porque não o adora - Luciferino, portanto - iria usar de linguagem cavalheiresca. Esta é a construção de um Caravaggio mefistofélico.

Mas se acha isto abjecto experimente ler Sade.

Claudia Sousa Dias disse...

ou Pasolini.

MR disse...

Já li Sade e Pasolini e vi alguns filmes deste último e não há comparação possível.
Parece não perceber que, para mim, uma coisa são os temas e as personagens, outra coisa é a escrita (em si) ser sórdida. E por aqui me fico.

MR disse...

Cláudia Sousa Dias,
Se puder leia a biografia que Andrew Graham-Dixon escreveu sobre Caravaggio: Caravaggio: a life sacred and profane.

Anónimo disse...

Já li essa biografia. É extrordinária.

PLFF

MR disse...

PLFF,
A biografia ficcionada de Peachment ou a biografia escrita por Andrew Graham-Dixon? Esta é, na verdade, muito boa.

marta carreiras disse...

boa tarde, fiquei com muita curiosodade e vontade de ler esta biografia por razões profissionais, alguém me sabe indicar onde poderei encontrá-la. Sei que não será reeditada na Temas e debates e não a encontro em nenhúm alfarrabista.

muito obrigada

MR disse...

Marta Carreiras,

Encontrei-a aqui:
http://www.bulhosa.pt/livro/caravaggio-christopher-peachment/?from_page=Redirecionamento+da+Listagem

Não sei onde vive, mas talvez a consiga ler numa biblioteca pública.

Depois dê-nos a sua impressão sobre o livro.

Boa tarde!