Prosimetron

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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

SONETO

Copado, alto, gentil Pinheiro manso,
Debaixo cujos ramos debruçados,
Do Sol ou Lua nunca penetrados,
Já gozei, já gozei mais que descanso.

Quando para onde estás os olhos lanço,
Tantos gostos ao pé de ti passados
Vejo na fantasia retratados
Tão vivos que jamais de ver-te canso.

Ah! Deixa o Outono vir, de um jasmineiro
Te hei-de cobrir; terás cópia crescida
De flores, serás honra deste oiteiro.

E para te dar glória mais subida,
No teu tronco feliz, alto Pinheiro,
O nome escreverei de Margarida.

José Anastácio da Cunha
In: Obra literária. Porto: Campo das Letras, 2001, vol. 1, p. 121

5 comentários:

Jad disse...

Que saudades!

Anónimo disse...

Dos Pingos de Tocha?
M.

Anónimo disse...

Que "ricos" pequenos-almoços!
J.

Anónimo disse...

«Ai, a minha camisa de seda!»

Anónimo disse...

ah! ah! ah! dei uma gargalhada com gosto.... pois, pois...