Prosimetron

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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Hoje era dia de ir às hortas


Retiro do Manuel dos Passarinhos, na Calçada do Poço dos Mouros.
Foto Joshua Benoliel (1873-1932), início século XX.Lisboa, Arq. Fot. CML PT/AMLSB/AF/JBN/000970


Antigo Retiro do Quebra-Bilhas, no Campo Grande.
Este foi o último a fechar em Lisboa. Encerrou talvez há três anos.

Foto de Eduardo Portugal, 1941
Lisboa, Arq. Fot. CML
PT/AMLSB/AF/POR/059498


Retiro A Perna de Pau, junto ao apeadeiro do Areeiro, na antiga Estrada de Sacavém.
Foto Paulo Guedes (1886-1947)
Lisboa, Arq. Fot. CML
PT/AMLSB/AF/PAG/000251

No Dia da Espiga, a Lisboa popular ia passar o dia nos retiros e nas hortas - uns quintalões nos arredores da cidade -, com o pretexto de colher a espiga, o ramo de oliveira, papoilas e malmequeres, para formar o ramo. Comiam nas casas de pasto que existiam nesses locais, e os menos abonados levavam o farnel pendurado num pau, transportado ao ombro. Jogavam junquilho ou malha, tocavam guitarra e cantavam o fado.
E o que se comia nessas casas de pasto? A lista era curta: peixe frito, chouriço com ovos e pastéis de bacalhau, regados com tinto; quadrados de marmelada para a sobremesa.
Mas, no Manuel dos Passarinhos, o petisco devia ser grandes tachadas de passarinhos fritos... Ainda me lembro de ver na montra de algumas tascas da Baixa, umas panelas com passarinhos. Para não falar das iscas - com elas e sem. Mas isto talvez fique para um próximo post.

4 comentários:

Miss Tolstoi disse...

Saudades do Quebra-Bilhas! - único que conheci. Grandes almoços e jantares aí tive.

MR disse...

Também eu tenho saudades do Quebra Bilhas.
Sabe, Miss Tolstoi, por quem foi comprado o edifício? Pela Opus Dei, que tem uma residência no prédio ao lado.

Margarida Elias disse...

Não fazia ideia que o dia de ir às hortas era o dia da espiga. Que descoberta interessante. Muito obrigada!

MR disse...

Para além do domingo.