Prosimetron

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quinta-feira, 22 de julho de 2010

O problema


Recebi este conto enviado por um amigo, Nuno Ruaz. Foi aqui colocado ontem (na noite de 20 para 21). Desapareceu, para grande espanto meu... Aqui volta...

Certo dia, num mosteiro zen-budista, com a morte do guardião foi preciso encontrar um substituto. O grande Mestre convocou então todos os discípulos para determinar quem seria o novo “sentinela”. O Mestre, com muita tranquilidade, falou: - Assumirá o posto o primeiro monge que resolver o problema que vou apresentar.
Então, colocou uma mesinha magnífica no centro da enorme sala em que estavam reunidos e, em cima dela, colocou um vaso de porcelana muito raro, com uma rosa amarela de extraordinária beleza a enfeitá-lo e disse apenas: - «Aqui está o problema!»
Todos ficaram olhando a cena. O vaso belíssimo, de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao centro. O que representaria? O que fazer? Qual o enigma?
Nesse instante, um dos discípulos sacou a espada, olhou o Mestre, os companheiros, dirigiu-se ao centro da sala e ... ZAPT ... destruiu tudo, com um só golpe.
Tão logo o discípulo retornou a seu lugar, o Mestre disse: - 'Você será o novo Guardião do Mosteiro.'
Moral da História: Não importa qual o problema. Nem que seja algo lindíssimo. Se for um problema, precisa ser eliminado. Um problema é um problema. Mesmo que se trate de uma mulher sensacional, um homem maravilhoso ou um grande amor que se acabou. Por mais lindo que seja ou, tenha sido, senão existir mais sentido para ele em sua vida, tem que ser suprimido. Muitas pessoas carregam a vida inteira o peso de coisas que foram importantes no passado, mas que hoje somente ocupam um espaço inútil em seus corações e mentes. Espaço esse indispensável para recriar a vida. Existe um provérbio oriental que diz: 'Para beber vinho numa taça cheia de chá é necessário primeiro jogar o chá fora, para então, beber o vinho.'
Ou seja, para aprender o novo, é essencial desaprender o velho.

7 comentários:

ana disse...

Flowers

Who shall conquer this world
And the world of death with all its
gods?
Who shall discover
The schining way of law?

You shall, even as the man
Who seeks flowers
Find the most beautiful,
The rarest.

(...)

Dhammapada, the sayings of the Buda, Shambhala, boston & London, 1993, p.14

Onde é que o seu amigo retirou o conto?

LUIS BARATA disse...

Decifração do "mistério": Como tinha visto e lido este texto (publicado na noite que mencionaste)ontem ao encontrá-lo na "pasta dos rascunhos" por ocasião da "contagem dos 10.000" pensei naturalmente que era um rascunho do post e eliminei-o. Aliás, a M.R. tinha-o visto tb na pasta dos rascunhos mas foi mais prudente do que eu e deixou-o ficar.
Peço desculpa, mas continua o mistério de como é que o texto estava nos "rascunhos" e não nos "publicados". Ainda bem que foi possível recuperá-lo.

Filipe Vieira Nicolau disse...

Uma abordagem muito interessante que tem muito de verdadeiro, ainda que as nossas experiências do passado não sejam inúteis. Continue com mais enigmas!

MR disse...

Nunca pensei que era este conto. Por norma, nunca abro nem rascunhos nem agendados, a não ser meus (evidentemente).

MR disse...

Por acaso o n.º 10 000 fica o mesmo porque eu não tinha contado com o rascunho. Se este tivesse ficado no sítio certo teríamos que avnçar um post.

Nuno Filipe Domingues Ruaz Branco Ramos disse...

Boa noite. Ainda bem que não destruiram este problema com uma valente espadeirada. Recebi este conto através de e-mail dum amigo muito interessado nos mistérios da vida. Já tentei saber o autor, mas não consigo. Talvez venha de tradição oral e não se saiba ao certo... Nuno Ruaz

c.a. (n.c.) disse...

Um problema elimina-se ou resolve-se?