Prosimetron

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domingo, 24 de agosto de 2014

Vidros Pintados


«A produção de vidro e espelho pintado terá sido introduzida na China pelo missionário jesuíta G. Castiglioni (1688-1766) que, em 1715, chega a Pequim e se torna pintor da corte imperial, nomeadamente do imperador Qianlong (1736-1795), um grande promotor das artes. 
As lâminas de vidro e espelho eram produzidas na Europa – nomeadamente em Inglaterra - sendo enviadas para os ateliers de Cantão na China onde eram pintadas, após o que regressavam ao mercado ocidental. A maior parte das pinturas era posteriormente emoldurada no destino, nomeadamente no estilo rococó em voga na época, se bem que também existem molduras de construção chinesa. 
Esta técnica da pintura a óleo destaca-se pela dificuldade já que o vidro era pintado – a pincel - pelo avesso, implicando da parte do artista um exercício de grande perícia mental e técnica. Destinada, na sua maior parte, ao ocidente, esta produção insere-se no âmbito do gosto vigente desde meados do século XVII por produtos de inspiração oriental. As temáticas abordadas dividem-se em cópias de estampas ocidentais reproduzidas – na maior parte das vezes – com grande perícia, não sem denunciar a 'mão chinesa' e em temáticas variadas do léxico decorativo chinês como batalhas, paisagens e cenas do quotidiano, se bem que despidas do carregado simbolismo chinês. 
A coleção de Duarte Pinto Coelho (1923-2010), aqui exposta ao público pela primeira vez, destaca-se pela quantidade, variedade e qualidade das obras, constituindo um núcleo único no seu género. Entre as obras destinadas ao mercado interno (sala 1), são de destacar, pela excelência, a pintura de grandes dimensões representando a deusa taoista Xi Wang Mu e, pela curiosidade, o núcleo de obras destinadas às paredes dos prostíbulos chineses, representando cortesãs. Das pinturas para o mercado europeu (sala 2), destacam-se os retratos 'à inglesa', a cena copiada de uma estampa de Rubens bem como as duas pinturas dedicadas às aventuras de D. Quixote e Sancho Pança.» (Maria Bruges Mayer)
Esta exposição está na Casa de Duarte Pinto Coelho, em Cascais, junto ao Parque Marechal Carmona.

Para uma veraneante, em Cascais.

4 comentários:

ana disse...

Não consegui ver esta exposição com grande pena minha mas não havia funcionário para abrir a casa, estava em formação. Verdadeiramente ridículo quando no Centro Cultural estavam vários funcionários.
No pino do Verão achei verdadeiramente chocante.
Obrigada por mostrar aqui. :))
Boa tarde! :))

Jad disse...

Porque não escreve uma carta para a Fundação. É incrível. E eu a pensar em ir a Cascais ver a exposição.

ana disse...

Jad,
Julgo que a Casa estar fechada foi pontual. Só que fui a Cascais naquele dia. Tive azar. :((
Penso que vai encontrar a exposição. Fui de propósito uma terça-feira porque sabia que a Casa de Duarte Pinto Coelho iria estar aberta.
Boa noite!:))

MR,
Só agora vi que esta postagem é dedicada a um visitante, sei que não era para mim. No entanto, nestas férias passei por Cascais e esta postagem caiu bem para mim, apesar da tristeza de não poder ver esta exposição que foi um dos motivos que me levou lá.
Boa noite!:))

MR disse...

Obrigada pelo seu comentário, Ana.
Tb penso ir a Cascais ver a expo, mas vou telefonar antes.