Prosimetron

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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Madrigal a uma Estrela!

Max Ernst, Die Ganze Stadt
German Kunsthaus, Zurich

Madrigal a uma Estrela

De histórias de estrelas
ninguém quer saber.
Não conto, não conto...
Quem é que te quer,

história da estrela
que fica por cima
da minha janela?
Tão bela! Tão bela!

Comigo te guardo,
na vida e na morte.
Serás um segredo...
Serás uma estrela

que eu a leve a meu lado
na vida que leve...
Escura que seja
- que vida tão clara!

Que noite tão branca
a noite que eu durma
(debaixo da terra)
debaixo da estrela!

Não conto. Não digo.
Comigo te guardo,
Assim tu, ó estrela,
me guardes contigo...

Sebastião da Gama, Pelo Sonho É Que Vamos, Lisboa: Ática, (4ª edição)1992, p. 61-62.