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sábado, 4 de outubro de 2008

Dinis Machado

em Público on line

Morreu ontem, com 78 anos, Dinis Machado. Lisboeta do Bairro Alto, onde viveu aquela parte da vida que molda a forma de estar e ser, conviveu no coração da sua cidade com a ópera, a música, o cinema Loreto onde se tornou cinéfilo, o teatro, os livros, as tertúlias dos cafés onde se discutia politica e de tudo um pouco.

Foi jornalista desportivo, editor, crítico de cinema, tradutor, autor de guiões para o cinema, poeta, escritor de romances, três dos quais policiais, sob o pseudónimo de Dennis MacShade. E foi um livro, saído em 1977, que o lançou para a história de literatura: “O que diz Molero”, o seu “hino à alegria”, depois do cinzentismo dos anos da ditadura e da euforia caótica dos passos iniciais da liberdade.

Humilde, reservado, ficou longe de grupos e de ribaltas, mesmo quando a sua obra prima foi adaptada ao teatro e representada, a última vez das quais numa excelente adaptação de um encenador brasileiro e apresentado no Teatro Nacional D. Maria.

“A linguagem é apenas uma parte da realidade que conseguimos tirar ao silêncio para nos abrirmos melhor”.

ao Jornal de Notícias

2 comentários:

Anónimo disse...

Bela frase.

Dele li só "O que diz Molero" e alguns artigos. Não o conheço como poeta. Vou se o descubro. Obrigada.

LUIS BARATA disse...

Gostava muito dele, até porque vários dos seus interesses coincidem ou coincidiram com os meus- a banda desenhada, a literatura policial, tendo ela provado quanto a esta ser um bom cultor.