Prosimetron

Prosimetron

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Poemas - 27

- Busto em mármore que é uma das raríssimas representações, além das moedas, de Antínoo, o amante deificado do Imperador Adriano. Data de 130-138 a.C., e pertencia até há um mês a Clarence Day, o falecido grande coleccionador de arte antiga dos EUA. Foi vendido na Sotheby's de NY a um coleccionador europeu por 17,8 milhões de euros, ultrapassando largamente a base de licitação: 1,5-2,5 milhões de euros.

PRANTO DE ADRIANO IMPERADOR


Nunca o silêncio dirá
da dor que cinjo
como o império que sirvo
e a que resisto.


Nem de tão grande amor
dirão meus versos
toda a grandeza. E os rios
mares que chorei.


Serás sempre o meu deus
pátria e destino.
Roma é vertigem só;
a vida instante.


Teu sacerdote ó Antinoos
sou: eterno e amante.


- João Mattos e Silva, in Intemporal, Antologia, desenhos de Luís Silva Moreira, Universitária Editora, 1ªedição, 2003.

5 comentários:

MR disse...

Gostei tanto da escultura como do poema.

LUIS BARATA disse...

Quando li a notícia da venda do famoso busto, pensei logo neste belo poema do nosso JMS para acompanhar o dito.

Anónimo disse...

Não esquecendo na sua exemplar concisão:
"Animula vagula, blandula,
Hospes comesque corporis,
Quae nunc abibis in loca
Pallidula, rigida, nudula,
Nec, ut soles, dabis iocos..."
de Adriano.

Anónimo disse...

E a tradução:
Pobre almita tão meiguita
Do meu corpo sociazita
Que para uns duros lugarzitos,
Escuritos, desertitos,
Sozinha ao presente vás
Ai nunca mais brincarás...

ana disse...

Lindo!