Prosimetron

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sábado, 23 de abril de 2011

A fé, a religião e a paz - 2



A guerra é um fenómeno antigo e próprio do ser humano. Para muitas religiões primitivas constituía uma categoria natural. Mas também o Antigo Testamento fala-nos muito de guerra, e não no sentido de condenação. Salomão diz-nos, de passagem: “Tudo tem o seu tempo determinado, … tempo de guerra e tempo de paz...” Algumas religiões adoptaram a máxima da paz já muito tarde. A moral que pretende alcançar a paz, ainda não venceu. Todavia, para mim, este facto não é motivo de desprezar esta máxima ou de desistir dela. As religiões mais importantes pronunciam-se, mais ou menos, a favor da paz, correspondendo à regra de ouro: Não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti. Na vida prática, porém, os líderes das religiões principais, de ideologias e conceitos, seguem esta norma de forma muito rudimentar.


Com a industrialização, desenvolveu-se a ideologia do capitalismo na Europa. Tal como sucedeu com todas as religiões principais, envolveu-se com aspirações nacionalistas e imperialistas em vários pontos do continente. O colonialismo europeu na Ásia, África e América, foi uma manifestação particularmente agressiva da ideologia capitalista. … O capitalismo não compreende nem o princípio da democracia, nem o princípio da paz, e o princípio de um estado, alicerçado numa constituição, é de importância marginal; apenas a segurança de poder reclamar direitos afigura-se como importante no capitalismo, com vista a poder assegurar o património individual.


Passado um século, surgiu o marxismo como pólo oposto. Não contém elementos democráticos e nenhum ideal que preconize a paz (neste ponto, distingue-se contrariamente dos partidos social-democratas da Europa). O ideal utópico da “ditadura do proletariado” rapidamente reduziu-se à ditadura pelo partido comunista. Hoje em dia, prevalecem apenas algumas das análises sociológicas e económicas do marxismo.

2 comentários:

LUIS BARATA disse...

Ainda há dias, perante a recusa do PCP de falar sequer com a troika, pensava como não deve ser por acaso que temos o pc mais forte da Europa Ocidental. Por essa Europa fora, os pc's ou se refundaram ou fundiram há mais de uma década enquanto que o nosso continua igual a si mesmo.

ana disse...

"A moral que pretende alcançar a paz, ainda não venceu",
Filipe, julgo que nunca vai vencer. Não é péssimismo mas o homem está agarrado ao poder, e este normalmente gosta de guerras porque se abastece delas.

É um horror constatar isto mas é a verdade...
Bom dia de Páscoa!