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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Se Richard Wagner estivesse entre nós ...


A 100ª edição do Festival de Bayreuth despediu-se ontem do público, com a récita de „Tristão e Isolde“.
À semelhança de certames anteriores, a interpretação da obra de Richard Wagner, falecido há 128 anos, continua a gerar polémica. A abertura do festival deste ano coube a Tannhäuser que, na realização de Sebastian Baumgarten, culminou num escândalo, pois a audiência reagiu com vaias ao rever a Wartburg transformada numa instalação fabril com eco-sistema de contentores e gás natural, e o Venusberg convertido em prisão com detidos verdadeiramente assustadores.
A consternação do público acompanhou também a encenação dos „Mestres cantores de Nuremberga“ pela directora artística, Katharina Wagner, representada na passada quarta-feira pela última vez ao fim de cinco anos de presença. Nike Wagner, prima de Katharina, exigiu ainda que Tannhäuser fosse retirado da programação.

Enfim, nada de novo, tendo em consideração os atritos habituais entres os familiares do clã Wagner e a ousadia de alguns realizadores que surpreende (ou choca) os amantes wagnerianos há vários anos ....
Única constante do Festival de Bayreuth: o desempenho musical de coro e orquestra mantém o seu nível de excelência.



Imagens: Wartburg e Venusberg segundo S. Baumgarten

1 comentário:

ana disse...

Às vezes é difícil aceitar as extrapolações cenográficas e as actualizações dos ambientes.
Julgo que é preciso ter "open mind".

A execelência que enuncia devia pelo menos acalmar os ânimos.
Filipe obrigada por este post!:)