Prosimetron

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domingo, 24 de agosto de 2008

Máximas e reflexões

"O mais autêntico valor da chamada poesia popular reside em que os seus motivos são tirados imediatamente da Natureza. Um grande poeta, se os compreendesse, poderia servir-se deles".

"Só os homens sagazmente activos, que conhecem as suas aptidões e as usam com medida e sensatez, poderão fazer avançar substancialmente o mundo".

"Todo e qualquer ser humano tem as suas particularidades próprias e não pode libertar-se delas. E muitos correm para o abismo por causa das suas particularidades próprias – muitas vezes as mais inocentes!"



Johann Wolfgang von Goethe (1749 - 1832)


Goethe: Máximas e Reflexões, Tradução de Afonso Teixeira da Mota, Lisboa, Guimarães Editores, Lda., 1997

3 comentários:

Anónimo disse...

As máximas levam-nos a pensar...
Então, resolvi enviar este excerto de "Fausto" para exercitar o espírito.

"Felizes aqueles que esperam ainda sobrenadar neste oceano de enganos!...Usa-se aquilo que se desconhece, e do que se conhece não é possível fazer qualquer uso.

(...) o dia está na minha frente, atrás de mim a noite; sobre a minha cabeça está o céu, as vagas a meus pés. É um belo sonho, enquanto dura! Mas ai de mim!, o corpo não tem asas para acompanhar o voo rápido do espírito!

Goethe, in Fausto, Edição Amigos do Livro, p. 70

Anónimo disse...

A poesia portuguesa está cheia de exemplos de poetas que cantaram a natureza.

Está o lascivo e doce passarinho
Co'o biquinho as penas ordenando,
O verso sem emdida, alegre e brando,
Espedindo no rústico raminho.

O cruel caçador, que do caminho
Se vem, calado e manso, desviando,
Na pronta vista a seta endireitando,
Lhe dá no Estígio lago eterno ninho.

Destarte o coração, que livre andava
(Posto que já de longe destinado),
Onde menos temia, foi ferido.

Porque o Frecheiro cego me esperava,
Pera que me tomasse descuidado,
Em vossos claros olhos escondido.

Luís de Camões

Anónimo disse...

Da poesia popular, aqui vai a primeira quadra de um poema de Teixeira de Pascoaes:

A UMA OVELHA

Entre as meigas ovelhas pobrezinhas,
Que eu guardo, pelos montes, uma existe
Que anda, longe, balindo, sempre triste
E vive só das ervas mais sequinhas.
...

In Obras Completas de Teixeira de Pascoaes, vol II, Livraria Bertrand,1972, p.197